Único sobrevivente de queda de teleférico, menino de 6 anos está em estado grave
Entre as vítimas havia alguns estrangeiros, de acordo com o tenente coronel Giorgio Santacroce, comandante da unidade operacional dos Carabinieri (polícia militar) da comuna de Verbania. Nas primeiras horas após o acidente, alguns veículos de imprensa europeus cogitaram que havia turistas alemães a bordo da cabine. No entanto, a maioria era mesmo de italianos.
A chancelaria de Israel disse que cinco israelenses estão entre as vítimas, todos membros da mesma família, alguns que viviam na Itália, outros parentes que estavam de férias. Amit Biran, de 30 anos, trabalhava como guarda em uma sinagoga de Milão. Sua mulher, Tal Peleg, de 26, e seus avós, Itshak e Barbara Cohen, além do filho Tom, de 2 anos, também morreram – Eitan, o outro filho, de 6 anos, foi o único sobrevivente.
O acidente ocorreu às 12h30 (hora local, 7h30 no horário de Brasília) a 100 metros da última estação, segundo um comunicado do Ministério de Infraestruturas. Pode ter acontecido pelo rompimento de um cabo, provocando a queda da cabine.
O teleférico estava subindo a montanha. Quando a cabine estava a cerca de 20 metros do chão, ela caiu e rolou várias vezes pelas encostas íngremes antes de ser parada por árvores, disse a prefeita de Stresa, Marcella Severino, à rede de televisão RAI.
O ministro das Infraestruturas, Enrico Giovanni, anunciou a criação de uma comissão de investigação. “É um fato dramático que avaliamos com a maior atenção”, disse.
Na cidade, muitas pessoas emocionadas prestaram homenagem às vítimas. Luisa Tesserin, uma estudante de 27 anos de Gênova, passava o fim de semana no lago.
O presidente da região piemontesa se declarou devastado. “É uma tragédia enorme, que nos deixa sem fôlego”, reagiu Alberto Cirio.
Imagens das autoridades mostram bombeiros e policiais em torno dos restos da cabine em uma área arborizada cujo declive íngreme dificulta o acesso.
O popular teleférico turístico conecta em 20 minutos a cidade de Stresa com o Monte Mottarone, que fica a quase 1.500 metros de altitude e oferece uma vista espetacular dos Alpes e do Lago Maior.
Fechado entre 2014 e 2016
O teleférico esteve fechado entre 2014 e 2016 para trabalhos de manutenção. O Lago Maior, entre Suíça e Itália, é um dos destinos mais apreciados pelos turistas italianos e estrangeiros.
O presidente de Liguria, região vizinha de Piemonte, lamentou o que chamou de tragédia absurda ocorrida em um momento em que a Itália aproveita o desconfinamento, após meses de restrições sanitárias. “Um domingo de reabertura que deveria ser portador de esperanças”, disse Giovanni Toti.
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, expressou no Twitter, em uma mensagem em italiano, suas mais sinceras condolências às famílias e aos amigos que perderam entes queridos neste trágico acidente. Vários acidentes letais de teleféricos ou gôndolas ocorreram nos últimos 50 anos na Europa.
Embora a causa do acidente de hoje ainda não tenha sido determinada, o desastre provavelmente levantará novas questões sobre a infraestrutura de transporte da Itália. Em 2018, a Ponte Morandi, em Gênova, desabou após anos de abandono, matando 43 pessoas.
Em 2009, um trem de carga transportando gás descarrilou e explodiu na estação de Viareggio, perto de Lucca, matando 32 pessoas. Antecipando-se às críticas, o presidente italiano, Sergio Mattarella, ao apresentar suas condolências neste domingo, garantiu o “respeito a todas as normas de segurança no transporte” na Itália.
Para Lembrar: Um histórico de desastres
A tragédia deste domingo foi o pior desastre de teleférico da Itália desde 1998, quando um jato militar americano, voando baixo, cortou o cabo de um teleférico em Cavalese, na Província de Trento. A cabine caiu de uma altura de 80 metros, matando todas as 20 pessoas que estavam dentro.
O pior desastre de teleférico da história também ocorreu em Cavalese, em 1976, quando o cabo quebrou na descida do Monte Cermis. A cabine caiu de uma altura de 200 metros, matando 43 pessoas, incluindo 15 crianças, a maioria da cidade alemã de Hamburgo. A cabine, que tinha capacidade para 40 pessoas, levava 44 ocupantes. (Com agências internacionais)
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