Triagem que salva vidas: teste do pezinho permite detectar diversas doenças

Basta uma ‘picadinha’ no calcanhar do recém-nascido para que a triagem de exames seja feita. O sangue é coletado rapidamente e em alguns dias o resultado do teste do pezinho já está disponível. Essa triagem permite detectar diversas doenças e promover o tratamento específico com o intuito de diminuir ou eliminar lesões irreversíveis.

“O teste do pezinho é o nome popular dado à coleta de sangue no calcanhar dos recém-nascidos. O teste é um conjunto de exames simples, rápido e fundamental para rastrear precocemente possíveis doenças”, explica a assessora científica do DB Diagnósticos, laboratório 100% apoio, com sede no Paraná, São Paulo e Pernambuco, Thaísa Nichelli.

O cartão para a coleta de sangue precisa atender os padrões de qualidade estabelecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Thaísa destaca que é obrigatório o preenchimento de todas as informações contidas nesse formulário, pois esses dados são utilizados como parâmetros para a interpretação do resultado. 

“O cartão para a coleta possui círculos que devem completamente preenchidos, em ordem sequencial, com o sangue do bebê. Após a coleta, o sangue deve secar em temperatura ambiente. Esse processo demora por volta de 3 horas, dependendo das características climáticas de cada região”, comenta.

TRIAGEM QUE SALVA VIDAS – No processo de análise, segundo a profissional, todas as amostras recebidas são triadas para verificar se a coleta está de acordo com os parâmetros desejados. Após,  inicia-se a análise dos analitos seguindo os seguintes processos: picotagem das amostras nas microplacas correspondentes aos exames que serão dosados, eluição das amostras com os reagentes, incubação e leitura dos resultados nas seguintes metodologias (enzimático colorimétrico, enzimaimunoensaio, HPLC por troca iônica e fluorimétrico), os resultados dentro do valor de referência são liberados e os que estiverem fora do valor de referência serão repetidos em uma nova rotina para futura liberação.

“É importante lembrar que o teste do pezinho é um perfil de triagem. Por isso, em caso de resultados positivos, a orientação é realizar um procedimento de confirmação por meio de testes confirmatórios, sempre com a indicação e o acompanhamento médico”, esclarece.

TESTE AMPLIADO – Thaísa comenta que, até o momento, o Sistema Único de Saúde (SUS) realiza a versão básica do teste do pezinho, conjunto de seis exames que rastreiam as seguintes doenças: Fenilcetonúria, Hipotireoidismo Congênito, Fibrose Cística, Anemia Falciforme e demais Hemoglobinopatias, Hiperplasia Adrenal Congênita e Deficiência de Biotinidase. No Brasil é obrigatório realizar o teste entre o 3º e o 7º dia do recém-nascido.

“É importante realizar o teste do pezinho ampliado para detectar precocemente um maior número de doenças que podem afetar a vida do recém-nascido. O teste ampliado detecta precocemente 53 doenças, tais como: genéticas, metabólicas, endócrinas ou infecciosa que pode prejudicar o desenvolvimento somático, neurológico ou psíquico do recém-nascido”, reforça.

PLUS E MÁSTER – Além das doenças detectadas na versão ampliada do teste do pezinho, conforme a profissional, a versão plus rastreia as seguintes doenças: Galactosemia, Deficiência da Biotinidase e Toxoplasmose Congênita. Já a versão máster identifica, além das doenças detectados no plus, Deficiência de G6pd, Chagas Congênita, Sífilis Congênita, Rubéola Congênita, Infecção Congênita Por Citomegalovírus.

“Existe também o ‘MyNewborn’ que é um teste genético que detecta mais de 390 doenças raras que podem surgir logo nos primeiros anos de vida da criança. O exame é opcional e indicado, como complemento do teste do pezinho, para recém-nascidos e crianças na primeira infância que não apresentam sintomas de qualquer patologia”, acrescenta.

QUALIDADE DE VIDA – Para Thaísa, a ampliação do exame permite evitar o óbito e dar mais qualidade de vida as crianças. “Com a realização do teste do pezinho, é possível promover o tratamento específico, que permite diminuir ou eliminar lesões irreversíveis, como a deficiência mental, deficiência física e até mesmo evitar a morte. Mesmo em uma criança saudável ao nascimento, pois os primeiros sintomas podem demorar meses ou anos para se manifestarem”, conclui.

Da Redação

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