Thaísa se torna pilar da seleção feminina de vôlei na busca pelo ouro em Paris 2024
O olhar experiente de quem chega para a sua disputa de quarta edição de Jogos Olímpicos não esconde certa ansiedade e o desejo de fazer mais – e fazer história – com a camisa da seleção brasileira feminina de vôlei. A central Thaísa carrega consigo uma responsabilidade de ser liderança dentro de um time mesclado entre experiência e renovação. E ela, enquanto bicampeã olímpica, leva isso numa boa, ciente do papel que tem e da vontade maior em conquistar mais um ouro olímpico, desta vez em Paris 2024.
Aos 37 anos, a jogadora, que tem no currículo as conquistas dos Jogos de Pequim 2008 e Londres 2012, além da participação na Rio 2016, chega na capital francesa motivada por uma força de vontade absurda. Na busca pelo alto do pódio, que a consagraria como a primeira atleta tricampeã olímpica da história do Brasil, Thaísa se mostra tranquila e focada no passo a passo para obter sucesso com suas companheiras em Paris 2024. Mesmo que para isso a ansiedade apareça de vez em quando.
“Ainda tenho frio na barriga, ainda tenho desejo de vitória. Independentemente dos 24 anos dedicados ao voleibol, ele ainda é o amor da minha vida. Quero deixar um legado bonito”, pontuou.
A experiência adquirida ao longo da carreira, sobretudo jogando com a camisa da seleção, trouxe clareza para Thaísa no entendimento dos caminhos que a seleção precisa fazer nestes Jogos de Paris. E a central usa de sua liderança para instruir e incentivar as mais novas a manter o foco no propósito maior.
“Falo para as meninas que o campeonato é muito curto. São apenas seis jogos e qualquer ponto, qualquer set vale muito. Temos que ter o comprometimento. Independente do time que vier pela frente, temos que estar focadas no nosso jogo e jogar bem. Não temos tempo a perder. Daqui para frente é só jogo duro, mas estou bem confiante no nosso time e vejo que temos um caminho bonito a percorrer”, ressaltou, reafirmando que a equipe está consciente do que precisa ser feito.
Thaísa em jogo contra o Quênia em Paris. Fotos: Wander Roberto/COB
“Olimpíada é muito curta e tudo pode acontecer. Vimos aí a Holanda que penou para se classificar e quase venceu a Turquia, o time do momento. Pensamos jogo a jogo. Temos que focar como se fosse a última partida das nossas vidas. Estamos estudando muito os adversários, treinando muito, e estamos preparadas”, completou.
Ainda que admita certo “frio na barriga”, Thaísa sabe os percursos que a levam a entrar em concentração total. E o respiro de tranquilidade dela, aliado à tradicional garra e vibração pulsante dentro de quadra – em muitas vezes colocada nas palavras dela como uma “raiva” que dá combustível para vencer -, pode significar um termômetro da postura da seleção, principalmente nos momentos de tensão. Pela frente ela sabe que vai encontrar dificuldades, mas tem um mantra e uma chave para, junto das companheiras, levar o Brasil a um lugar que ela está acostumada a estar: o topo.
“A gente se acostuma a viver essas grandes partidas, ter essas dificuldades, encarar grandes públicos, em grandes ginásios. Eu estou bem, tranquila, estou conseguindo controlar a ansiedade. Coloco na minha mente que é mais um jogo. É algo que eu faço há 24 anos. Claro, tem toda a importância, o carinho, amor, dedicação, mas tento colocar isso na mente para ficar tudo mais calmo. E vem dando certo”, finalizou.