Tabagismo – Riscos do cigarro eletrônico e proibição definitiva

“Nenhuma outra substância conhecida é capaz de provocar tantos malefícios ao ser humano quanto o consumo de tabaco. No Brasil, morrem 156 mil pessoas a cada ano, por doenças relacionadas ao tabaco. ” Bruna Gheller, médica pneumologista


O tabagismo é uma doença crônica, desencadeada pelo uso recorrente da nicotina que leva o usuário ao vício, o problema é mundial e atinge grande parte da população brasileira, principalmente os jovens, os dados são preocupantes. A última pesquisa realizada pela Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) aponta que 9,1% dos entrevistados em 2021 afirmaram fazer uso de nicotina, a pesquisa também indicou o percentual de 2,24% referente a população geral de entrevistados que utilizam cigarro eletrônico e similares, o que chamou mais a atenção é a variação de percentual do uso de cigarros eletrônicos entre os jovens de 18 a 24 anos, que chega a 6,1%. Esse levantamento é realizado todos os anos nas capitais e no Distrito Federal.


Em contrapartida, houve um grande avanço na batalha contra o tabagismo no país. “O Brasil tem sido exemplo ao mundo no combate ao tabagismo há vários anos, e é signatário da convenção-quadro da OMS na luta anti-tabágica. Diminuímos o tabagismo no país, com consequente redução de doenças relacionadas ao tabaco. ” Ressalta Florentino Cardoso, cirurgião oncológico, diretor-executivo médico da Hospital Care e conselheiro Titular do Conselho Federal de Medicina. Desde 2002, o Ministério da Saúde disponibiliza portarias referentes ao tratamento de tabagismo na rede SUS e oferece todo suporte e acompanhamento necessário, com isso, a porcentagem de pessoas que utilizam tabaco diminuiu de 15,7% em 2006 para 9,5% no ano de 2020, dados divulgados pela pesquisa Vigitel. Mesmo com a queda o problema ainda é agravante pois não se trata apenas do cigarro comumente conhecido, mas também de narguilés, cigarros eletrônicos e suas muitas variações que se disseminaram nos últimos anos, principalmente entre os jovens.


“São vários estudos e relatos que comprovam danos à saúde, como doenças respiratórias graves (enfisema e fibrose pulmonar), doença cardiovascular, câncer etc. Doenças causadas pelo cigarro eletrônico têm surgido precocemente, ceifando vidas, a maioria de jovens. A mais relatada é a doença respiratória subaguda severa, sendo a maioria em homens jovens (80% com menos de 35 anos). Os principais sintomas são dificuldade para respirar, tosse (pode ter sangue) e dor torácica. E o que é pior, não há tratamento eficaz conhecido até o momento. Já há relato de transplante de pulmão em adolescente por causa da doença pulmonar grave provocada por cigarro eletrônico. ” Destaca Florentino Cardoso, cirurgião oncológico.


Proibição dos DEFs
Os DEFs (dispositivos eletrônicos para fumar) são proibidos no país desde 2009, tanto o consumo quanto a propaganda, venda e distribuição. Porém, a comercialização acontece de forma ilegal. Recentemente o assunto voltou a ser discutido por meio de um relatório de Análise de Impacto Regulatório (AIR), com a ressalva de que os dispositivos são uma alternativa ao consumo do cigarro padrão, que é mais prejudicial à saúde em comparação aos eletrônicos. O que não é verdade, a avaliação técnica realizada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), concluiu que os danos são severos e não se diferenciam do cigarro comum. Estudos científicos comprovam que o uso dos dispositivos gera dependência química e maior incidência de jovens ao tabagismo, além dos danos à saúde que podem ser irreversíveis. Sendo assim, a restrição,

Beatriz Ebbing

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