Sociedade civil irá propor melhorias no atendimento a pacientes com diabetes

Rede de serviços, prevenção, troca de experiências e desafios do atendimento a pacientes de diabetes tipos I e II em Foz Iguaçu e na fronteira trinacional marcaram o diálogo promovido pelo Fórum de Saúde do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (Codefoz) no dia 28 de abril. Participaram profissionais da área médica, gestores públicos, promotoria, dirigentes de entidades, estudantes e professores de cursos universitários dos três países.

Especialistas reforçaram que, apesar de grave, a doença pode ser controlada com tratamento adequado, enfocando a mudança de hábitos como a principal medida preventiva, o que inclui a adoção de alimentação saudável e a prática de atividade física. Os médicos apresentaram as principais dificuldades na assistência e refletiram sobre iniciativas para aperfeiçoá-la. Advogados detalharam direitos no âmbito do acesso à saúde.

A secretária municipal de Saúde, Rose Meri da Rosa, apresentou a estrutura e o atendimento a pessoas com diabetes, relatou que há oito mil cadastros de pacientes e citou o trabalho multidisciplinar que também abrange prevenção, entre as pastas de Saúde, Educação e Esporte. Chefe da 9ª Regional de Saúde, que abrange nove municípios da região, Iélita Santos pontuou as ações do governo do Paraná, com ênfase na entrega de medicamentos.

A pró-reitora de Relações Institucionais e Internacionais da Unila (Universidade Federal da Integração Latino-Americana), Gladys Amelia Velez Benito, abordou os pressupostos da formação do curso de Medicina. A instituição prepara os acadêmicos, desde o ingresso, para que tenham a consciência e a inserção na estrutura social do território, expôs.

FÓRUM – O debate sobre os aspectos público-assistenciais no tratamento da diabetes na fronteira adquiriu o formato de permanência, explica o diretor do Fórum de Saúde e presidente da Câmara Técnica de Saúde do Codefoz, Dr. Valter da Cruz Teixeira. O evento aprovou a criação de um grupo de trabalho que voltará a reunir-se para concluir propostas e contribuições, apontando melhorias no sistema de atendimento e na prevenção.

“A intenção é termos uma visão mais clara, a partir de todos os agentes de saúde participantes do evento, de como é a estrutura de atenção ao paciente de diabetes em Foz do Iguaçu e nas Três Fronteiras”, informa. “A partir de então, com esse diagnóstico, mobilizar a sociedade civil e o poder público. Como a ideia do encontro não é finalística, decidimos pelo grupo de trabalho para a continuidade do debate e proposições”, frisa Dr. Valter.

Fila, planejamento e trabalho voluntário

A médica endocrinologista Dra. Francieli Bordin chamou atenção para problemas na base do atendimento ao público, com carência de especialistas e fila de espera de até três mil pessoas para algumas especialidades. “É preciso capacitar urgentemente o médico da comunidade, que está na ponta, para o manejo adequado da doença. Sabendo lidar, ele poderá ensinar o paciente e os procedimentos essenciais, como o uso da insulina autoaplicada”, sugere.

Promotor que atua na garantia do acesso da população à saúde, Luis Marcelo Mafra cobrou planejamento do poder público. “Venho dizendo, nos últimos sete anos, que a saúde em Foz do Iguaçu está deformada por uma única razão: falta de planejamento. Entra governo, sai governo, e seguimos sem ter um planejamento minimamente claro e exequível para o atendimento às demandas da saúde”, enfatiza.

Presidente do Instituto dos Diabéticos de Foz do Iguaçu (Adifi), Terezinha Pinezi parabenizou o Codefoz pela iniciativa e explanou sobre o trabalho voluntário da organização, de duas décadas, no apoio a dois mil usuários. “Somos um braço das unidades básicas de saúde, que nos encaminham os pacientes. É muito importante falar sobre essa doença, que não tem cura, mas tem controle, sendo isso o que nós fazemos: ajudar no controle”, expôs.

DIÁLOGOS SEM FRONTEIRAS – O presidente do Codefoz, Fernando Castro Alves cita as observações e experiências compartilhadas e realçou que esse conhecimento, no tratamento e prevenção do diabetes, deve ser retransmitido na fronteira trinacional. “O evento reuniu atores de diversas áreas, o que nos dá a oportunidade de trabalharmos um tema da maior importância, que é essa doença silenciosa e que impacta a vida de muita gente”, declara.

A coordenadora da Câmara Técnica de Saúde do Codeleste (Conselho de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental de Ciudad del Este), Sandra Dancona referendou a importância de ações que unam prevenção e saúde, destacando que bons hábitos alimentares levam à qualidade de vida e à saúde. “O atendimento tem que reunir, de forma multidisciplinar, educação, atividade física e medicamento”, aponta.

Texto: AI Codefoz

FOZ DO IGUAÇU

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