‘Siga o dinheiro’ serve para fake news, dizem analistas

A velha lógica de “seguir o dinheiro” também vale para o combate às fake news, afirmam analistas que participaram de debate promovido ontem pelo Estadão. Para eles, a desmonetização de sites e páginas que lucram com a desinformação é primordial. Somada a ela, outro aspecto fundamental é a moderação de conteúdo por parte das plataformas, que devem restringir certos tipos de manifestação – sem perder de vista a liberdade de expressão.

“Olhar a monetização dessas grandes campanhas de desinformação contra o processo eleitoral é ir à raiz do problema”, afirmou a secretária-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Aline Osorio, que coordena o programa do tribunal que combate a desinformação sobre eleições. O tema do debate desta tarde foi “Legislação: qual é o cenário para 2022”.

Participaram da conversa, além de Aline Osorio, o diretor jurídico do Twitter para América Latina e Canadá, Diego de Lima Gualda, e o diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS), Carlos Affonso Souza. A mediação foi do jornalista Daniel Bramatti, editor do Estadão Verifica.

Neste mês, o ministro Luis Felipe Salomão, do TSE, determinou que as plataformas suspendessem o repasse de dinheiro para canais investigados por espalhar notícias falsas sobre as eleições. O combate à desinformação, no entanto, não deve se restringir à desmonetização, segundo os analistas.

Outra atitude importante, dizem, é a moderação de conteúdo por parte das plataformas. Para o diretor jurídico do Twitter, Diego Gualda, a moderação é também uma ferramenta para resguardar essa liberdade em contextos nos quais as redes sociais são utilizadas em tentativas de promover ataques e desinformação.

“A liberdade de expressão serve a um processo dialógico. É um espaço de falar e de ouvir e as regras de moderação entram dentro dessa lógica de manter uma conversa pública saudável.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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