Senado do Chile rejeita impeachment de Sebastián Piñera

O Senado do Chile rejeitou na terça-feira, 16, o impeachment do presidente Sebastián Piñera. A votação aconteceu uma semana após a Câmara dos Deputados ter aprovado a abertura do processo por suspeitas de corrupção. Para ser destituído, eram necessários dois terços dos votos – 29 dos 43 senadores -, marca que não foi atingida.

O presidente estaria ligado à venda de uma mineradora, a Dominga, nas Ilhas Virgens, um paraíso fiscal. O caso foi revelado pelas reportagens do Pandora Papers. O negócio ocorreu em 2010, quando Piñera estava em seu primeiro mandato como presidente. O Ministério Público abriu uma investigação para apurar se houve pagamento de propina e fraude tributária na transação.

Esta foi a segunda tentativa de destituição do presidente chileno, que assumiu o cargo em março de 2018 e, após a crise social de 2019, foi perdendo popularidade rapidamente e não conseguiu se recuperar de um dos períodos mais difíceis em 31 anos da democracia pós-Pinochet.

O processo de impeachment de Piñera, no entanto, serviu para desgastar ainda mais a imagem do presidente, a poucos dias das eleições presidenciais e legislativas no Chile, marcadas para domingo. Uma pesquisa divulgada na semana passada apontou que 67% dos chilenos concordavam com a acusação contra Piñera, que não concorre à reeleição.

DISPUTA

Seu candidato, no entanto, Sebastián Sichel, corre sério risco de nem sequer passar para o segundo turno. Os votos da direita chilena parecem ter migrado para José Antonio Kast, um advogado ultraconservador, que elogia a ditadura, o ex-presidente dos EUA Donald Trump e o brasileiro Jair Bolsonaro.

Kast lidera as pesquisas seguido de perto pelo esquerdista Gabriel Boric. O instituto Criteria dava uma vantagem de 24% a 23% em favor do ultraconservador. O Data Influye indica uma folga maior de Kast na liderança – 32% a 27%. A eleição, provavelmente, seria decidida em segundo turno, no qual os outros candidatos, como a democrata-cristã Yasna Provoste e o próprio Sichel seriam os fiéis da balança. A situação, no entanto, ainda é fluida já que a metade dos eleitores ainda está indecisa e outros 15% disseram que decidiriam o voto no último momento. (Com agências internacionais)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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