Segundo caso de ataque por tubarão é confirmado em praia de Ubatuba
O pesquisador da Unesp, Otto Bismark, especialista em tubarões, examinou fotos do ferimento causado pelo ataque e vídeos da praia em que a turista nadava, a mais movimentada da cidade. Segundo ele, as lesões podem ter sido produzidas pelo tubarão-tigre ou o cabeça-chata, espécie de porte médio.
A extensão e formato da ferida coincidem com as características da mordida dessas espécies. Embora o tubarão-tigre possa chegar a 6 metros de comprimento e o cabeça-chata atinja até 3,5 m, o peixe que atacou a idosa é menor, podendo medir cerca de um metro ou pouco mais. As duas espécies são comuns no litoral paulista e se alimentam de sardinhas e até de peixes maiores.
Os laudos médicos e imagens enviadas ao pesquisador mostraram que a idosa teve um corte de cerca de 25 centímetros na perna. Conforme a prefeitura, ela foi socorrida pelos salva-vidas, levada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) à Santa Casa e recebeu sutura no ferimento, além de medicação e vacina antitetânica. A vítima, que passava o feriado da Proclamação da República na cidade, retornou com os familiares para o interior de Minas Gerais, onde reside.
No dia 3 de novembro, feriado de Finados, um turista francês também foi atacado por um tubarão em Ubatuba. Ele sofreu cortes de até dez centímetros na perna e foi atendido em um hospital da Caraguatatuba. A espécie do tubarão que promoveu o ataque ainda não foi identificada.
De acordo com o Instituto Argonauta, que monitora as praias da região, até então, não havia registro de ataques de tubarões na região nos últimos 30 anos. Conforme Bismark, nesta época do ano esses peixes se aproximam da costa para reprodução e em busca de alimentos.
A prefeitura de Ubatuba informou em nota que solicitou laudos técnicos junto a especialistas que confirmem que se tratam de ferimentos provocados por tubarão. “Até o momento não tivemos resposta, portanto, não é possível afirmar que se tratem de tubarões”, disse, na manhã desta quinta-feira, 18.
As praias, por ora, continuam liberadas para banhistas. “A prefeitura segue alerta e irá tomar as devidas providências a partir das definições técnicas, amparadas no diálogo com pesquisadores acadêmicos, vinculados à universidade e demais órgãos que atuem na área de biologia marinha”, acrescentou.
Especialistas ponderam que, até aqui, os indícios não são suficientes para configurar um padrão de risco. Os ciclos naturais dos animais na busca por alimento e reprodução, além de mais gente dentro da água, podem estar favorecendo os registros vistos neste mês, apontam pesquisadores.
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