Scaloni dedica título à mãe e valoriza Messi: ‘Segue sendo o melhor’

Alvo de desconfiança por seu trabalho à frente da seleção argentina, o técnico Lionel Scaloni ganha sobrevida para a sequência de jogos até a Copa do Mundo do Catar, em 2022, após o título da Copa América sobre a seleção brasileira, no Maracanã, por 1 a 0. O troféu tira a Argentina de um jejum de títulos, que já durava 28 anos.

“O torcedor argentino se sentiu identificado com este grupo. Nunca sonhei em conquistar um título como esse. É um troféu grandioso para o país. Nos cercamos das pessoas que realmente nos apoiam e sofrem por nós. E isso é para eles mais que para mim. Talvez, o título não alteraria nada para mim, mas para eles, sim. O torcedor é incondicional e assistiu a uma equipe que não baixa a guarda”, avaliou Scaloni, que relembrou suas ambições quando decidiu seguir carreira como treinador.

“A verdade é que desde o momento em que quis ser treinador vejo tudo como algo natural. Eu estou convencido de que quem estivesse no meu lugar faria as mesmas coisas. Havia jovens com bom nível que pediam suas oportunidades e outros que deveriam continuar na equipe. Estes rapazes deixam tudo em campo e tentam fazer o máximo. Sempre tive a mesma sensação: não dão nenhuma bola como perdida. Quando todos nos dedicamos a superar obstáculos, é difícil que as coisas não saiam bem”, elogiou o treinador argentino.

Sobre o desempenho no jogo, Scaloni relativizou o nível de futebol apresentado e relembrou que a partida se tratava de uma final, cuja vitória seria muito importante para a seleção argentina. O técnico também explicou como tentou parar Neymar na partida deste domingo.

“Ao fim do jogo, nos defendemos bem. É uma final, e jogar bem às vezes não é possível. É impossível deter o Neymar. Para mim, é o segundo melhor jogador do mundo, depois de Messi. É um jogador de quem se fala muito bem. Fez uma boa partida. Todas as jogadas perigosas saíram de seus pés”, disse o jovem treinador, que lançou um questionamento sobre o peso que dão para as conquistas de Messi junto ao conjunto argentino.

“Eu perguntaria aos brasileiros e a todo o mundo: ‘Messi precisava ganhar uma Copa América para ser considerado o maior de todos?’ Eu não tenho dúvidas que não. Que ele, mesmo que não vencesse hoje, continuaria sendo o melhor de todos, porque demonstrou, sobretudo por ter jogado essas partidas com problemas nos isquiotibiais. Para mim, não mudou nada, e Messi segue sendo o melhor”, disse Scaloni antes de dedicar a conquista da Copa América para sua mãe e sua cidade natal: “Há alguns dias, minha mãe teve um problema bastante grave e segue lutando. Também devo dedicar (o título) à minha cidade Pujato”, finalizou, com referência ao município de cerca de 4 mil pessoas, localizado na província de Santa Fe.

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