Artista destaca a importância do riso em ambiente atual tecnológico
Felipe Ternes, um dos três integrantes da Cia dos Palhaços, de Curitiba, ganhou um novo nome em uma de suas pesquisas como artista em uma visita a um hospital na capital do estado. Foi no momento em que uma enfermeira o viu entrar na sala e com uma expressão inusitada afirmou bem alto “Sarrafo”. Foi aí, segundo conta, num momento mágico, com anjos ao seu redor e fios de ouro caindo do céu, que foi batizado com novo nome. Nascia o Palhaço Sarrafo.
Ele e mais dois colegas Eliezer Vander Brock (palhaço Wilson) e Natália Luiz (palhaça Tinoca) formam a companhia que tem no seu portfólio 15 espetáculos e 20 anos de trabalho em diversas áreas da palhaçaria.
Na terça-feira à noite eles divertiram o público que foi prestigiar o Gran Circo Stopim, uma homenagem aos grandes circos antigos, e as crianças e adolescentes dos grupos de circo social que mostram os seus trabalhos de manhã e de tarde, de terça a quinta-feira, no Teatro Municipal. “São palhaços, equilibristas, trapezistas, malabaristas, animais e tantos outros personagens interpretados por três pessoas. É o circo, o teatro e a música juntos”.
Ele afirma que cada vez está mais difícil fazer as pessoas rirem, mas que nunca foi preciso tanto, diante das circunstâncias atuais em que as pessoas estão focadas nas telas de tevê computador ou celular. “As pessoas estão ficando com dedos gigantes de tanto rolar na tela do celular”, observa. Para ele, o palhaço faz uma conexão muito forte tanto com crianças como com adultos, e mostra que somos humanos e, portanto, capazes de errar porque os erros fazem parte da vida. “As pessoas se espelham, se vêm nos palhaços, com seus erros e acertos, e por isso acham graça”.
O artista elogiou a XVIII Mostra de Circo Social e o XI Festival Nacional de Circo, pelas várias edições consecutivas e por permitir mostrar o resultado de um trabalho tão importante para as crianças. “O circo social é superimportante por trabalhar a lateralidade, a autoestima, o equilíbrio, a disciplina, a convivência, entre outros aspectos, mas também ajuda a dar continuidade a atividade circense”, complementa. Além disso, a Mostra e Festival trazem para o contato com outros artistas profissionais, crianças que estão iniciando na atividade e ajuda na formação de plateias para outros espetáculos, não somente de circo, mas de diferentes linguagens artísticas.
Para o Felipe Ternes, a identificação do palhaço ocorre no interior de cada um e aproveita algumas de suas características. O seu porte físico (alto e magro) a expressão facial e a voz compõem o seu personagem, “um verdadeiro alto falante”, como se identifica. Uma maquiagem reforçada e um nariz enorme completam a composição do palhaço, que se compara com uma vela. “É uma luz que se consome para dar luz aos outros”.
A Mostra e Festival continuam em Toledo até sexta-feira, com apresentações diárias no Teatro Municipal, espetáculos às 20h, no Teatro Municipal, com acesso gratuito, e oficinas e mesa de debates. O evento começou na segunda-feira e vai até sexta. O encerramento será no Parque Ecológico Diva Paim Barth, com a Noite de Luz e Fogo, partir das 19h, na quadra de esportes.
A edição de 2024 da XVIII Mostra de Circo e XI Festival Nacional de Circo de Toledo foi viabilizada através de edital n°012/2023, com recursos da Lei Complementar N°195/2022 – Lei Paulo Gustavo.
TOLEDO