Ressocialização: Apac será inaugurada em dezembro

O projeto saiu do papel. A estrutura física já está concluída e segue em tramitação a contratação de profissionais. A Associação de Proteção e Assistência aos Condenados de Toledo (Apac) de Toledo será inaugurada no dia 10 de dezembro. A solenidade deve contar com a presença de autoridades como a diretora-geral do Departamento Penitenciário Nacional, Tânia Maria Matos Ferreira Fogaça, entre outras envolvidas com o processo.

“É uma alegria imensa falarmos da inauguração e podermos ter chegado neste momento”, comemora o presidente da Apac, Edson Luiz Carollo. “Essa conquista também envolve o trabalho voluntário e a caminhada foi longa. Este momento é uma conquista da comunidade, contamos com o apoio das pessoas, das empresas, da imprensa, do Ministério Público, do poder público, do Depen Estadual e Federal, foi uma corrente do bem que trabalhou de forma fantástica e que nos deu ânimo. As coisas aconteceram e fluíram melhor do que imaginávamos”.

Conforme o presidente, com a inauguração da obra, a Apac já teria condições de iniciar os trabalhos com os recuperandos, contudo, o acolhimento efetivo deve ocorrer no primeiro trimestre do próximo ano. Ele esclarece que a mobília não está 100% concluída, entretanto a estrutura possui condições de iniciar os trabalhos. Além disso, recentemente foi publicado o chamamento público para a contratação de profissionais (categorias executiva e operacional) somente na área administrativa, pois a parte de segurança do local ficará a cargo do Departamento Penitenciário – especialista em segurança.

METODOLOGIA PARA A RESSOCIALIZAÇÃO – “Já podemos acolher os recuperandos. Para os moldes da Apac a pessoa precisa já ter recebido a sentença e estar cumprindo a pena. Já foram selecionados os primeiros que serão acolhidos em Toledo, mas antes, eles irão fazer um intercâmbio e passar por um processo de aprendizado em outra Apac do Paraná, para poderem incorporar a filosofia da Apac que é completamente diferente”, relata Carollo.

A filosofia da Apac difere do método tradicional aplicado no sistema penitenciário. ‘A Apac propugna acirradamente por matar o criminoso e salvar o homem. Por isso, justifica-se a filosofia que prega desde os primórdios de sua existência: matar o criminoso e salvar o homem’.

A juíza da Comarca de Toledo, Luciana Lopes do Amaral Beal, acompanha o processo de implantação da Apac desde o início. Ela enfatiza que é tudo isso é fruto do trabalho de muitas mãos e que a Apac visa trazer resultados benéficos para a sociedade como um todo.

“Foi um caminho longo até aqui. O início dos atendimentos irá depender da finalização das tratativas junto a Secretaria de Segurança do Estado do Paraná. A metodologia da Apac é algo que tem demostrado sua relevância, háá mais de três décadas, no resgate de vidas. Investir na Apac é investir em segurança pública”, declara.

MISSÃO SEM FIM – “A inauguração é a finalização e a realização de um espaço físico. Os trabalhos de ressocialização e recuperação, começa agora e não tem fim. Esperamos que nossos objetivos sejam cumpridos dia a dia”, enfatiza o presidente do Conselho da Comunidade da Comarca de Toledo, Divonsir Bastos Cardoso.

Em relação ao impacto que a Apac poderá trazer para a sociedade, Cardoso pontua que além de gerar mais segurança para a população, a Associação servirá de exemplo para outros municípios ao mostrar a capacidade de trabalho e preocupação, com os mais diversos setores e segmentos da sociedade, além de fazer com que os recuperandos se tornem produtivos, diminuindo os custos para a sociedade.

“O Conselho e a Apac, andam juntos, já que a Apac e um braço ativo do Conselho da Comunidade, ou seja, cada entidade cumprindo e fazendo cumprir as suas obrigações, tanto que a inauguração do espaço físico naquele local, será das duas entidades. É preciso salientar que esse processo é tão interessante e importante, que temos contatos e visitas quase diariamente, pessoas de outros municípios, pedindo informações e ajuda para implantar em outros locais”, conclui.

HISTÓRIA DA APAC – A falta de informações sobre o funcionamento e os resultados – que o modelo tende a apresenta na recuperação de pessoas e para a sociedade – marcaram o início da instalação da Apac de Toledo. A sede da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados de Toledo foi construída nas proximidades do Centro Industrial Moveleiro José Luiz Salles e no local manterá o Centro de Reintegração Social (CRS), destinado a ressocialização de condenados a penas privativas de liberdade. Foram 20 meses de construção.

A estrutura está localizada no bairro Jardim Anápolis, nas proximidades da BR-163. O terreno é de 6.400 metros quadrados e a unidade tem 1.310 metros quadrados. Foram 20 meses de construção.

Na Apac, o recuperando são responsáveis pela manutenção do espaço, além de se envolver em atividades externas como reformas de hospitais, postos de saúde, escolas, praças públicas e hortas comunitárias – nesses casos, essas atividades são realizadas com recuperando do sistema semiaberto em parceria com órgãos públicos.

No Brasil existem mais de 60 unidades da Apac (masculinas/femininas e uma juvenil, projeto piloto). A Associação está presente em 28 países, cada unidade funcionando dentro da legislatura do país. O resultado do trabalho é um índice positivo de 80% das pessoas que passam pela Apac que não reincidem na criminalidade.

Da Redação

TOLEDO