Queimadas: Corpo de Bombeiros de Toledo reforça atenção ao período seco

O mês de agosto tem a característica de ser seco e com muitos ventos. E essa combinação pode ser perigosa provocando fagulhas que podem surgir de forma natural, causando incêndios que, em alguns casos, podem chegar a grandes proporções.

As queimadas ou incêndios em vegetação podem ocorrer de forma natural como a queda de um raio ou a ocorrência de tempo muito seco ou de forma artificial que são aquelas em que o ser humano ateia fogo em alguma área para eliminar possíveis entulhos ou matéria orgânica. É uma prática antiga que tem se tornado muito comum em áreas rurais para a limpeza do pasto ou para a preparação do solo para a próxima colheita. As queimadas são uma grande questão ambiental e a prevenção é essencial para que o meio ambiente seja preservado.

Segundo a Assessoria, o Corpo de Bombeiros Militar do Paraná (CBMPR), nos primeiros seis meses de 2024 o efetivo foi mobilizado 9.942 vezes para esse tipo de atividade em todo o Estado. O aumento é de quase 60% em relação ao ano anterior, quando foram registrados 6.235 ocorrências de incêndios.

Dados apontam que os incêndios em vegetação chegaram a 5.904 no primeiro semestre – haviam sido 2.673 no ano passado. O número é ainda mais preocupante considerando que os meses com maior incidência de incêndios florestais são julho, agosto e setembro.

Na região, de acordo com o Corpo de Bombeiros de Toledo, na área de atuação, em agosto de 2022, foram registradas 16 ocorrências de queimadas. Em 2023, esse número diminuiu para 10. E em 2024, mesmo estando no meio do mês, já foram atendidas 25 ocorrências desta natureza.

Segundo o comandante do Corpo de Bombeiros de Toledo capitão Guilherme Rodrigues de Lima, os dados reforçam a necessidade de atenção redobrada da população e dos órgãos competentes durante este período crítico. “No mês de agosto, historicamente, há um aumento expressivo nas ocorrências de queimadas na região devido às condições climáticas típicas desta época do ano, como a baixa umidade, a ocorrência de geadas e a maior incidência de ventos”.

INCIDÊNCIA – O período se inicia em julho com o aumento do número de ocorrências, tendo o ápice em agosto e declínio em setembro. Lima explica que as queimadas ocorrem tanto em áreas urbanas quanto rurais.

“As áreas rurais são as mais afetadas em extensão territorial. Nestas regiões, a prática de limpeza de terrenos por meio de fogo, somada às condições climáticas, faz com que o risco de incêndios aumente significativamente”, destaca o capitão.

Nas áreas urbanas, os bombeiros observam um número maior de ocorrências de menor extensão, especialmente em terrenos baldios e áreas de vegetação próximas a residências.

MOTIVOS – Entre as principais causas das queimadas, Lima destaca a ação humana, seja de forma intencional ou acidental. Ele cita que a prática irregular de queima de lixo e resíduos, o uso de fogo para limpar terrenos, além de bitucas de cigarro jogadas em locais inadequados são fatores que contribuem significativamente para o aumento dos focos de incêndio. “Muitas dessas ações ocorrem de maneira irresponsável, sem a devida consciência sobre os riscos envolvidos”, salienta.

PREJUÍZOS – Por sua vez, as queimadas descontroladas geram diversos prejuízos, tanto para a população quanto para o meio ambiente. Conforme o capitão, para a população urbana, a fumaça das queimadas afeta diretamente a saúde, principalmente de crianças, idosos e pessoas com problemas respiratórios, aumentando a demanda nos serviços de saúde.

“Em rodovias, a fumaça pode comprometer a visibilidade dos motoristas, elevando o risco de acidentes. Para o meio ambiente, as consequências são ainda mais graves, com a destruição da fauna e flora locais, além da degradação do solo e a emissão de gases poluentes que contribuem para o aquecimento global”, pondera Lima.

PREVENÇÃO – Para prevenir queimadas, o comandante do Corpo de Bombeiros de Toledo recomenda que a população adote práticas seguras, como a eliminação do uso do fogo para a limpeza de terrenos, optando por métodos mecânicos e apropriados para a destinação de resíduos. “Além disso, é importante evitar a queima de lixo e nunca descartar materiais inflamáveis, como bitucas de cigarro, em áreas com vegetação seca”.

O capitão menciona que a limpeza dos terrenos é outra medida simples e efetiva. “Manter os terrenos sem acumulo de lixo e com vegetação rasteira evita a propagação dos focos”.

ORIENTAÇÕES – O Corpo de Bombeiros orienta que a população evite qualquer tipo de queima em períodos de seca e com ventos fortes. “Mantenham os terrenos com vegetação rasteira e limpo de lixos e acúmulos de materiais. Em plantações a execução prévia de aceiros é uma medida mitigadora de danos”, afirma o capitão.

O comandante enfatiza que se uma queimada iniciar de forma descontrolada, a orientação é que a população acione – imediatamente – o Corpo de Bombeiros através do telefone 193. “Jamais tente combater o fogo por conta própria, pois isso pode colocar a vida em risco”.

O capitão Lima orienta que o principal é ter em mente que as causas são humanas e o ambiente seco apenas facilita a propagação. “Com a conscientização e o engajamento de toda a comunidade, é possível reduzir significativamente o número de ocorrências de queimadas e preservar a segurança da população e do meio ambiente”, finaliza o comandante do Corpo de Bombeiros de Toledo.

Da Redação

TOLEDO

Dicas para evitar queimadas

– Nunca jogar resto de cigarro ainda acesso, por menor que seja, em locais onde haja vegetação, menos ainda se esta vegetação estiver seca;

– Em caso de acampamentos, a fogueira precisa ser feita em locais onde não haja vegetação, principalmente seca ou a faça bem perto de um rio;

– Nunca se deve soltar balão, em hipótese alguma, pois estes também são um dos maiores causadores de queimadas;

– Nunca usar fogo para queima de lixo ou para a limpeza de plantação;

– Próximo às estradas e torres de transmissão, o ideal é providenciar uma aceiro (limpeza de um terreno em volta de propriedades, matas e coivaras, para impedir propagação de incêndios) nas proximidades, de modo a evitar, em caso de incêndio, que este se alastre.

IAT ajuda a combater três novos focos de incêndio florestal no Paraná

Equipes do Instituto Água e Terra (IAT) ajudaram a controlar três incêndios florestais em diferentes regiões do Paraná na última segunda-feira (19) em decorrência do clima muito seco no Estado nos últimos dias. Uma das ocorrências se deu no Parque Estadual Vila Velha, em Ponta Grossa, nos Campos Gerais. As chamas atingiram uma área de 100 hectares do local, próximo à linha do trem, mas foram contidas no mesmo dia. A suspeita do Corpo de Bombeiros é que o fogo tenha sido causado por ação humana.

“Para combater o fogo, contamos com um grupo de 45 pessoas, entre agentes do escritório de Ponta Grossa do IAT, de voluntários, do Corpo de Bombeiros, e da concessionária Soul, que administra o parque”, afirmou o técnico do IAT responsável pelo Parque Estadual Vila Velha, Juarez Baskoski.

O fogo atingiu também a Floresta Estadual Metropolitana, em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba. Três focos de incêndio foram registrados na entrada que percorre a linha férrea da Unidade de Conservação (UC), abrangendo cerca de 500 metros quadrados do parque. O fogo foi contido rapidamente com o auxílio dos indígenas que moram no espaço.

“Os indígenas já haviam sido capacitados pelo Corpo de Bombeiros para lidar com incêndios seguindo os protocolos do Programa de Prevenção de Incêndios na Natureza (Previna). Assim, eles imediatamente acionaram o Corpo de Bombeiros e iniciaram as primeiras frentes de combate ao incêndio, e o fogo foi controlado em pouco tempo”, explicou a bióloga do IAT e gerente da Floresta Estadual Metropolitana, Ana Letícia Lowen.

Por fim, profissionais do órgão ambiental ajudam na contenção de um incêndio em um conjunto de fazendas que constitui uma Área de Preservação Permanente Ecológica (APP) em Maria Helena, no Noroeste do Estado.

Técnicos do Escritório Regional de Umuarama do IAT trabalharam no resgate de animais silvestres atingidos pelas chamas. Além disso, o helicóptero do órgão usado em ações de fiscalização foi equipado com helibalde e disponibilizado para ajudar nos esforços de contenção do incidente. “O fogo já está controlado, mas a aeronave vai ser usada para lidar com o rescaldo dos focos remanescentes do incêndio”, destacou Luis Carlos Borges Cardoso, chefe do núcleo regional de Umuarama.

Da AEN

PONTA GROSSA

...
Você pode gostar também
Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.