Queda de energia elétrica continua sendo assunto em Toledo
Da Redação*
TOLEDO
A luz piscou ou a energia caiu são situações recorrentes no Oeste. Em alguns momentos ficar no ‘escuro’ em pleno dia é rotina. Mas, essa rotina pode trazer prejuízo para o setor econômico local e da região. Ela traz danos para produtores de várias cadeias, como a morte de animais, a perda de produção ou até a queima de equipamentos.
A equipe do JORNAL DO OESTE abordou a temática na edição do dia 2 de abril ‘Quedas de energia afetam cadeia produtiva; pesquisa revela insatisfação do setor agropecuário com serviços’. Produtores, Sistema Faep/Senar-PR e Sindicatos Rurais buscam providências para essa situação.
No último quadrimestre de 2023, houve mais de 38 mil interrupções de distribuição de energia registradas no Paraná, aumento de 23,6% em relação ao mesmo período de 2022, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Diante deste cenário e dos ofícios recebidos de Sindicatos, o Sistema Faep realizou uma pesquisa para avaliar o serviço da empresa responsável. O estudo mostrou que 85% dos entrevistados não estão satisfeitos com a estabilidade no fornecimento. O levantamento revelou que 38,7% sofreram mais de 20 quedas de luz nos últimos 12 meses e 50,6% ficaram, em média, mais de cinco horas às escuras a cada apagão.
INTERAÇÃO – Nas redes sociais do JORNAL DO OESTE, os leitores opinaram sobre o assunto. Jeferson Alexandre Schons disse que é frequente ter apagões e que eles chegam a 20 vezes por dia (no mínimo). “Tensão alta e oscilação da tensão! Não se resolve nada. Não adianta nada fazer protocolo! É absurdo! E quando queima algo, o prejuízo é enorme e só recebemos a indenização (quando recebemos) após um longo período e pela metade do valor do prejuízo”, destaca.
O leitor Milton Aloísio Heck Franz complementou: “é só privatizar que melhora. O lucro para a empresa que comprou”. Jeferson recordou que a falta de energia elétrica acontecia antes mesmo da privatização. “Bem antes, inclusive!”. Laura Pavan concordou com Milton quando o assunto é privatização. Para ela, a queda de energia é “o resultado da privatização, infelizmente”.
Na oportunidade, a leitora Leísa Nodari Marschall mencionou que na segunda-feira a luz também piscou em sua propriedade. “A quantidade eu cheguei a perder as contas. Um absurdo”. Já Serlene Aparecida lamentou a situação e considerou os episódios sem luz uma tristeza.
DEBATE – O assunto também foi abordado na programação do Inovameat no dia 3 de abril, de acordo com informações da Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Toledo. Um encontro reuniu representantes da C.Vale, Sindicato Rural de Toledo (SRT), Associação Comercial e Empresarial de Toledo (Acit), BRF, Câmara de Vereadores, Prefeitura e Copel.
O diretor regional Oeste e Sudoeste da Copel, Paulo Natigal, relatou uma série de situações que têm contribuído para que ocorram problemas na distribuição de energia, mas que a Companhia trabalha para solucionar os entraves. “Aqui [Oeste e Sudoeste] é rota de entrada dos eventos climáticos severos. Somado a isso, estamos passando pelo pior El Niño dos últimos 20 anos. Também temos uma região densamente arborizada e o maior parque de geração distribuída de todo o Paraná. A soma desses fatores traz uma complexidade para gerenciar a distribuição de energia”, disse.
Além disso, Paulo falou sobre os investimentos em ampliação de redes, sobre o Programa Paraná Trifásico, construção de novas subestações na região, entre outros.
Na ocasião, o prefeito de Toledo Beto Lunitti ressaltou que os setores empresariais de produção, seja na indústria ou no campo, e a comunidade pressiona para que esses problemas sejam solucionados. “Efetivamente o crescimento econômico da região e as questões climáticas tendem a se intensificar. Nós, como município, entendemos os fatores, mas precisamos efetivamente proteger aquele que está lá na ponta, que é o produtor, o industrial e o consumidor de energia. As unidades consumidoras têm de ter o atendimento e a gente está junto com todos nesta luta para termos cada vez melhor qualidade no fornecimento e de forma perene, constante, sem quedas e sem oscilações”, concluiu.
*Com informações da Assessoria de Comunicação