Projeto Tilápias do Oeste coloca região em destaque

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Com os objetivos de otimizar a cadeia produtiva, fornecendo consultorias técnicas e capacitações para produtores e frigoríficos, o Sebrae/PR – em parceria com a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus Toledo e o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) – desenvolve o projeto Tilápias do Oeste.

O Paraná é líder na produção de tilápias no Brasil, alcançando 213.300 toneladas em 2023, o que representa 24% do total nacional. A região Oeste do Estado concentra 85% dessa produção, aproximadamente 180.000 toneladas anuais, conforme dados da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR) e do Sebrae/PR.

O consultor do Sebrae/PR Emerson Durso explica que a equipe mapeou os pequenos frigoríficos na região. “Neste momento, estamos atuando com cinco frigoríficos no projeto”. Durso salienta que o projeto atua em duas frentes de trabalho: uma direta nos frigoríficos e o foco é a consultoria para adequação às normas do Selo Susaf, que permite a venda do produto em todo Estado. “Na outra, atuamos diretamente com os produtores indicados pelos frigoríficos, enfatizando consultorias mensais para melhorar o manejo e aumentar a produtividade”.

O consultor do Sebrae/PR afirma que as instituições envolvidas contribuíram na formatação do projeto. “As visitas acontecem neste ano e terão continuidade em 2025. Queremos aproximar mais os frigoríficos, ou seja, que eles ‘conversem’ e desenvolvam ações coletivas”.

Segundo Durso, o projeto deve durar três anos e pode ser prolongar por mais anos. “A princípio, as atividades devem encerrar em 2026. Praticamente todos os produtores já tiveram assistência técnica ou recebeu orientação. A expectativa é que o produtor melhore o processo, a qualidade do produto e a adequação ambiental”.

BENEFÍCIOS – Entre os principais benefícios previstos no projeto estão a organização da produção, previsibilidade de biomassa de abate, fidelização dos fornecedores e a melhoria no rendimento de carcaça. “No setor de frigoríficos, as ações incluem a implantação de programas de autocontrole, desenvolvimento de manuais de qualidade, treinamentos em boas práticas de fabricação e consultorias tecnológicas”, revela Durso.

Com foco em qualidade, eficiência e sustentabilidade, o Projeto Tilápias do Oeste iniciou a programação em maio deste ano e, desde então, diversas visitas e capacitações estão sendo realizadas tanto para os frigoríficos de pequeno porte, como também para os produtores participantes.

Ao final do projeto, entre os benefícios também previstos estão aumento da confiabilidade dos dados da produção dos fornecedores; organização da produção individual e global; aumento de confiança nos fornecedores da ação de assistência técnica viabilizada pelo frigorífico (fidelização do fornecedor); prevenção de mortalidade das tilápias; redução de disparidade e melhoria na homogeneidade do lote, e melhoria no rendimento de carcaça.

O Frigorífico Sardella de Toledo é um dos estabelecimentos beneficiados e selecionados para participar do projeto. O proprietário Carlos Stuany avalia as ações como positivas. “Nós participamos em parte neste projeto, pois recebemos a assistência técnica do IDR-PR e, por isso, os produtores estão organizados e temos o selo Susaf-PR. Queremos aprimorar o conhecimento em controle de qualidade e boas práticas e a nossa equipe recebe treinamentos”.

Stuany comenta que o frigorífico recebe uma consultoria interna. “Ele trabalhou conosco a questão da eficiência da indústria. O Sebrae/PR indica pessoas capacitadas e o consultou detectou algumas situações em nosso empreendimento. As atividades dão ‘uma grande luz’ para um futuro mais próspero na eficiência da gestão interna, na produção e na parte financeira da indústria”.

Ele salienta que o projeto mostra os caminhos. “Começamos a ‘andar’ com eles, visando a qualidade e a competividade. Neste momento, estamos nos mobilizando para encontrar os caminhos das melhorias. Podemos investir no reaproveitamento de algumas partes da tilápia e com produtos diferenciados. Assim, a indústria fica mais robusta. O primeiro passo foi dado e os resultados devem ser satisfatórios no futuro”, revela Stuany.

IMPACTOS – A engenheira de pesca e extensionista do IDR-Paraná Dayane Lenz participa do projeto e ela também ressalta os impactos positivos do projeto. “O grande salto no volume de produção ocorreu após a implantação dos sistemas de integração dos produtores com as cooperativas e serve de exemplo para todo o País, mas também temos produtores menores que atuam de maneira independente e representam um importante nicho no mercado regional”.

Dayane enfatiza que para que esses arranjos sejam bem-sucedidos e a cadeia de produção perdure, tanto os frigoríficos quanto os produtores necessitam de suporte em gestão, boas práticas e técnicas de produção e, tratando-se dos frigoríficos, regularização para que consigam ampliar o seu mercado e expandir a produção – e é isso que queremos com o projeto”.

O doutor em Ciências, professor e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Recursos Pesqueiros e Engenharia de Pesca, da Unioeste, Aldi Feiden, reforça a importância do projeto com relação aos resultados, pois eles podem gerar para a região, em especial a adequação para adesão ao Susaf.

“Com a adesão de mais frigoríficos de pescado ao Susaf, amplia-se a área de comercialização dos frigoríficos para os seus produtos, fazendo com que estes possam comprar mais peixes para abate. Com isso, os produtores terão também possibilidade de produzir mais peixes para comercialização nestes frigoríficos. Assim, a piscicultura poderá crescer ainda mais e consolidar o Paraná como o maior polo de produção de peixes do Brasil, com o predomínio da tilápia”, acredita.

Da Redação*

TOLEDO

*Com informações da Assessoria

Principais ações nos produtores de peixe

Visita Maio: Consultoria técnica na piscicultura para avaliação inicial do sistema de produção para avaliação mensal da produtividade, medição de parâmetros de qualidade de água. Biometria dos peixes. Na avaliação deve verificar a adequação legal e ambiental da propriedade.

Visita Junho: Consultoria técnica na piscicultura para biometria dos peixes e medição de parâmetros de qualidade de água. Abordar o tema gestão e análise financeira

Visita Julho: Consultoria técnica na piscicultura para análise dos parâmetros de produção de biomassa de peixes e medição de parâmetros de qualidade de água. Avaliação sanitária do lote para verificar a ocorrência de doença e prevenção de mortalidade.

Visita Agosto: Consultoria técnica na piscicultura para avaliação do sistema de produção e medição de parâmetros de qualidade de água. Preparo dos viveiros e qualidade de alevinos.

Visita Setembro: Consultoria técnica na piscicultura para biometria dos peixes e medição de parâmetros de qualidade de água. Planejamento do manejo alimentar e nutricional.

Visita Outubro: Consultoria técnica na piscicultura para análise dos parâmetros de produção de biomassa de peixes e medição de parâmetros de qualidade de água. Recepção de alevinos, avaliação da aeração mecânica.

Visita Novembro: Consultoria técnica na piscicultura para biometria dos peixes e medição de parâmetros de qualidade de água. Capacitação no manejo da qualidade de água.

Visita Dezembro: Consultoria técnica na piscicultura para avaliação final do processo de produção. Análise comparativa com outros produtores.

Frigoríficos participantes do projeto:

– Abitante – Santa Helena

– Pescados Costas – Nova Santa Rosa

– Pescados Gelson – Pato Bragado

– Sardella – Toledo

– Horizonte – Quedas do Iguaçu

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