Primeiro dia do passaporte da vacina em SP tem operação para checagem e barrados
Nem todo mundo conseguiu cumprir essa exigência. Profissionais e visitantes que ainda não se vacinaram não conseguiram participar da feira. A situação foi comum entre os frequentadores de outros Estados, que apresentam calendários de vacinação diferentes – São Paulo é o maior com número de vacinados em números absolutos. O Estadão presenciou vários momentos de tensão e preocupação.
Leona e Caroline Hoffmann, mãe e filha que viajaram de Timbó (SC) e trabalharam na área de utensílios domésticos, tiveram de se separar e não conseguiram participar juntas. A mãe está vacinada; a filha, de 23 anos, não. Uma acompanhou a feira em busca de novidades para a loja em Santa Catarina; a outra voltou para o hotel na zona norte.
Inconformado com a divisão que teria de fazer na equipe de trabalho, o empresário baiano João Carlos Vieira prometeu abrir uma ação judicial contra a Prefeitura de São Paulo por danos materiais. Embora ele estivesse vacinado, Felipe Portugal e Tales Nunes, de 22 e 19 anos, ainda não se vacinaram. Todos são de Vitória da Conquista (BA), que está vacinando agora pessoas com 30 anos.
De acordo com o decreto publicado no sábado, 28, organizadores de shows, feiras, congressos e jogos deverão solicitar comprovante de vacinação do cidadão de pelo menos uma dose contra covid-19. O documento pode ser físico ou digital (plataformas VaciVida e ConectSus). A verificação será feita por QR Code pelo aplicativo E-saúde da Prefeitura. A iniciativa procura evitar a disseminação da covid-19 na cidade.
Visitantes criticaram o pouco tempo que tiveram para se adaptar ao decreto municipal, publicado no sábado. A exposição começou na segunda-feira quando muitos já estavam na estrada, como o empresário João Carlos Vieira, que saiu de Uberlândia no dia 26 e percorreu várias cidades até a capital paulista. “Não tive tempo de me programar. Quando eu saí da minha cidade, a regra era uma. Agora, já é outra.”
Diante da dificuldade, os organizadores abriram exceções e começaram a aceitar fotos dos comprovantes de vacinação enviados pelos parentes dos frequentadores. De acordo com o decreto, só deveriam ser aceito o documento original.
A adaptação à nova regra provocou uma “operação de guerra” na definição dos organizadores. Foram contratados mais 70 colaboradores nos últimos dias. Parte deles repetia a frase “Comprovante de vacinação na mão” – ainda no estacionamento do evento ou repetida pelos megafones na calçada.
Outra mudança foi a disponibilização de wi-fi grátis para que os visitantes pudessem baixar o aplicativo Conect Sus ou e-Saúde. Os banners sobre a necessidade do comprovante, instalados em todas as entradas, foram finalizados nesta madrugada.
Os estabelecimentos que não respeitarem a determinação municipal estarão sujeitos às penalidades previstas em decreto de março de 2020, que estabelece multa baseada nos parâmetros da Lei de Ocupação e Uso do Solo e até interdição e cassação da licença. Os valores dependem do enquadramento da infração e das características do estabelecimento.
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