Por que não há mais tantos carros coloridos como antigamente?

Quem andou pelas ruas nas décadas passadas ou pôde observar fotos antigas deve ter reparado em algo bastante diferente no que diz respeito aos carros. Fora o fato de os modelos terem se afastado cada vez mais dos desenhos mais retos ou quadrados para dar lugar às formas mais arredondadas e modernas, os carros também perderam suas cores.

Das cores vibrantes como azuis, amarelos, verdes e vermelhos, cada vez mais os carros têm ganhado tons de cinza, preto e branco. Alguns modelos relativamente novos ainda seguem coloridos, mas isso é raro. Levantamento da Secretaria Nacional de Trânsito, a Senatran, indica que mais de dois terços dos veículos em circulação são brancos, pratas, cinzas ou pretos.

O cenário atual das cores para veículos

Globalmente, segundo pesquisa da PPG, uma das maiores empresas de tintas do mundo, o branco e o preto predominam, e a cor que mais cai em popularidade é o vermelho. Curiosamente, o verde tem crescido, muito por ser ligado à natureza e à sustentabilidade, principalmente entre SUVs e caminhonetes. Porém, para a empresa, a tendência é que brancos e pretos sigam sendo cerca de 50% da produção mundial.

Cores vibrantes encarecem o produto

Uma das razões pelas quais as ofertas de cores caíram tanto encontra resposta dentro da própria indústria automobilística. As tintas coloridas encarecem o processo produtivo, resultando em uma oferta menor destas. Tintas coloridas são tidas como algo extra. Logo, a maior disponibilidade de carros pretos, cinzas e brancos também é uma forma de redução de custos para o próprio consumidor.

Hoje, o colorido é, antes de tudo, um conceito

Hoje, para um carro ser lançado com uma cor mais extravagante, é porque há um forte conceito por trás. Carros vermelhos, caso do novo Mustang, querem entregar mais passionalidade e também um caráter esportivo. Neste caso, a cor deve ser pensada ainda no desenvolvimento do carro, pois também serve para destacar vincos e curvas específicas do carro, seja de dia sob luz do sol ou à noite.

Por que o branco faz tanto sucesso no Brasil?

Para Fernando Purificação, gerente de projetos, tecnologia e desenvolvimento de cores da Axalta, antiga Dupont, o branco foi um padrão importado da Europa, pois lá era sinônimo de luxo, enquanto aqui era atribuído a carros de serviço, como táxis e ambulâncias. Logo, mudanças de comportamento do consumidor acontecem muito por influência externa.

Contudo, na Europa e nos Estados Unidos, tem se observado um padrão inverso: os carros têm ganhado mais cores. Isso acontece porque no exterior as pessoas se preocupam menos com o valor da revenda, pois ficam mais tempo com os carros. Já no Brasil, com a ideia de revenda a curto prazo, algo entre 2 e 5 anos, o carro colorido tende a se desvalorizar no nosso mercado.

A revenda segue sendo o termômetro para o mercado

Este é mais um motivo de os carros coloridos circularem menos pelas ruas. Hoje, é mais fácil encontrar um comprador que opte por cores menos chamativas: uma questão de demanda. Além disso, cores extravagantes englobam uma questão mais pessoal, pois exprimem mais o gosto do dono do carro. Logo, carros mais sóbrios tendem a passar despercebidos no trânsito, chamando menos atenção para si.

Carros coloridos também têm vantagens


Porém, há também os prós dos carros coloridos. Eles trazem mais vivacidade ao trânsito, são mais visíveis para outros motoristas e pedestres, são mais fáceis de serem encontrados em estacionamentos e, inclusive, são menos visados para roubos. E, para quem deseja possuir um carro colorido, antigo ou seminovo, um leilão de carros baratos pode ser a solução, devido à menor demanda.

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