Planta de café pede ação rápida no pós-colheita para manutenção da produtividade
Após a colheita do café, a planta atinge condição estressante, principalmente em área de colheita mecanizada onde as máquinas danificam a planta quebrando galhos e provocando a desfolha. A alteração hormonal, provocada para a maturação dos frutos, através do aumento do hormônio etileno, que ocorre na etapa anterior à colheita, intensifica ainda mais a condição de estresse na planta. Por isso, após a colheita dos grãos, é preciso lançar mão de boas estratégias de manejo para que a planta retome seu vigor e volte a ser produtiva na safra seguinte.
Rene Staut, engenheiro agrônomo e coordenador de desenvolvimento de mercado da Fertiláqua, explica que os aspectos de fisiologia e metabolismo da planta têm como objetivo focar seus recursos em vegetação e reprodução, porém quando a planta está estressada, como no período pós-colheita, ela terá outras prioridades. “A planta vai precisar trabalhar todo seu metabolismo para conseguir combater o estresse que ela está passando fisiologicamente. Então, quanto antes a planta se recuperar, através das ferramentas e condições que o produtor der a ela, mais otimizado será o seu sistema para que ela retome a boa área vegetativa e bom nível produtivo”, aconselha.
A perda da planta de café não é comum, pois esta cultura tem alto poder regenerativo. No entanto, quando mais demorada a recuperação desta planta, mais limitada e menos produtiva ela será. Ou seja, o manejo adequado e na hora certa proporciona que a planta seja altamente produtiva e que seus frutos sejam de alta qualidade. Para isso, é necessário trabalhar a fisiologia e metabolismo da planta constantemente, e não somente a fisiologia da extração. “Quando trabalhamos fisiologia e metabolismo, estamos otimizando todo o processo da planta e todos os seus fatores externos, que muitas vezes não temos controle como por exemplo a questão pluviosidade – que é o principal dano provocado pelo estresse em lavouras de todo país”, alerta Rene e completa: “O ponto mais importante é: quando trabalhamos fisiologia e metabolismo de plantas, estamos dando condições para que a planta possa potencializar seus recursos e diminuir suas barreiras, diante dos fatores internos e externos de uma boa produção”.
O engenheiro explica que o uso de produtos antiestresse com aminoácidos são altamente recomendados para auxiliar a planta, tanto em sua fase de desenvolvimento quanto para pós-colheita e recuperação do período de estresse. “Um bom produto antiestresse com aminoácidos de prontidão fornece condições para a planta combater espécies reativas de oxigênio que são capazes de oxidar a planta, através dos aminoácidos presentes e dos precursores enzimáticos”, destaca.
A origem do estresse das plantas de café acontece porque moléculas conhecidas como ERO´s, que ocorrem normalmente na planta, uma vez acumuladas, tornam-se tóxicas às células e causam os danos internos na planta. No entanto, apesar de existir um sistema antioxidante produzido de forma natural pela planta para combater esta condição, o uso dos produtos antioxidantes atua com maior potência e agilidade como inibidores destas EROs. “Para termos estas enzimas inibidoras de EROs, precisamos dos precursores enzimáticos – nutrientes que a planta precisa absorver para produzir estas enzimas, são eles: cobre, manganês, ferro e zinco. Além disso, temos os aminoácidos que compartilham essa mesma função.
Produtos à base de cobre devem ser conciliados aos antiestresses e aminoácidos, segundo Rene. “Um produto potencializaria o outro, porém os produtos à base de cobre, além de terem a função nutricional, agem como cicatrizante, bactericida e fungicida. Por isso o produtor deve continuar usando. Os produtos antiestresse, aminoácidos e precursores enzimáticos irão complementar, oferecendo outras ferramentas à planta para combate ao estresse”, finaliza.
SÃO PAULO