Piso de professor brasileiro é o mais baixo entre 40 países
De acordo com o relatório Education at a Glance 2021, os professores brasileiros têm salário inicial de US$ 13,9 mil anuais. Na Alemanha, por exemplo, o valor passa de US$ 70 mil. E é maior do que US$ 20 mil em países como Grécia, Colômbia e Chile.
A conversão para comparação dos salários é feita usando a escala de paridade do poder de compra, que reflete o custo de vida nos países. Em relação ao salário real, que inclui pagamentos adicionais, o valor médio dos brasileiros também está aquém – só ultrapassa o que recebem os professores na Hungria e na Eslováquia. Os salários dependem de fatores como idade, nível de experiência e qualificação profissional.
No Brasil, segundo a OCDE, os salários reais médios dos professores são de US$ 25.030 anuais no nível pré-primário (que corresponde à educação infantil) e US$ 25.366 no nível primário (anos iniciais do fundamental). Na média dos países da OCDE, os valores para as mesmas etapas são US$ 40.707 e US$ 45.687, respectivamente.
“Igualdade de oportunidades é um ingrediente chave para uma sociedade democrática forte e coesa. Diferentemente de políticas que podem combater as consequências, a educação pode atacar as raízes da desigualdade de oportunidades”, disse nesta quinta-feira o secretário-geral da OCDE, Mathias Cormann. “Reforçar investimentos em uma educação melhor e mais relevante será fundamental para ajudar os países a oferecer prosperidade social e econômica de longo prazo”, completou Cormann, em Paris.
“A carreira de professores no Brasil precisa ser estruturada de forma a garantir seu desenvolvimento profissional e aumento da aprendizagem dos alunos. Mas não dá pra não defender aumento salarial, não mesmo”, destacou nas redes sociais Priscila Cruz, cofundadora e presidente executiva do movimento Todos pela Educação.
Para a OCDE, o ambiente escolar influencia na decisão dos professores de entrar e permanecer na profissão. “O tamanho das turmas diminuiu nos últimos anos no Brasil, mas os salários dos professores permanecem abaixo da média”, aponta o relatório.
Em relação ao tamanho das turmas, o estudo indica que o número de alunos nas salas tem caído de 2013 a 2019, passando de 23 para 20 estudantes nos anos iniciais do ensino fundamental – abaixo da média da OCDE (21). Nos anos finais do fundamental, houve queda, de 28 para 26, mas é superior à média dos outros países (23).
Pandemia
O relatório retoma que o Brasil foi o país que mais tempo manteve fechados os colégios. Foram 178 dias sem aulas presenciais na pré-escola e anos iniciais do fundamental no ano passado, o triplo do tempo da média dos países mais ricos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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