Pesquisa em favelas do Rio relata aumento de violência durante a pandemia
Os dados fazem parte da pesquisa “Coronavírus nas favelas: a desigualdade e o racismo sem máscaras”. Realizada pelo coletivo Movimentos, a pesquisa contou com apoio do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC) e entrevistou 955 moradores das três regiões.
Em junho do ano passado, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), restringiu operações nas favelas do Rio enquanto houver pandemia. As ações só podem ocorrer em “casos excepcionais”.
O levantamento também apontou que 93% dos moradores dessas favelas teve ou conhece alguém que contraiu o coronavírus. E a dificuldade em manter isolamento social pode ter contribuído para isso.
Segundo a pesquisa, mais da metade dos moradores entrevistados (54%) informou que não conseguiu manter o distanciamento social. Na média, três pessoas têm de dividir o mesmo cômodo das casas nas favelas entrevistadas. Na pesquisa, 55% dos que responderam informaram morar com alguém que integra grupo de risco.
O uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra a covid-19 foi incomum entre os moradores das favelas. Apenas 4% disseram ter usado ivermectina e hidroxicloroquina como “tratamento precoce” à covid-19. Entre os que responderam ao estudo, 76% declararam ter algum distúrbio do sono; 43,1% informaram ter algum nível de depressão; e 34% disseram que a ansiedade é o sentimento mais presente em relação à pandemia.
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