Período de chuvas requer atenção no combate ao mosquito da dengue

O retorno das chuvas traz à tona uma grande preocupação: o surgimento de focos de larvas do mosquito Aedes Aegypti transmissor da Dengue, Zika e Chikungunya. O mês de janeiro foi de intenso trabalho para as equipes do setor de Endemias em Toledo. Contudo, fevereiro e março são os meses que demandam mais atenção. Com o retorno das férias, muitas pessoas podem trazer para o município o vírus da dengue ou negligenciar os cuidados com as casas e os quintais. Para evitar o aumento de notificações e a confirmação de novos casos, a orientação é para reforçar a limpeza e o monitoramento dos espaços.

A coordenadora do setor de Endemias de Toledo, Lilian Fátima Konig, comenta que dengue é uma doença que necessita de vigilância durante todo o ano, inclusive na estiagem. Mas é no período chuvoso que a atenção deve ser redobrada. “As pessoas acabam deixando no quintal um recipiente que pode acumular água, como lonas jogadas, potes, baldes, garrafas e eles são um perigo porque é um lugar adequado para as larvas do mosquito”.

ALERTA – Lilian enfatiza que o início do ano é o período de alerta para dengue. Além das chuvas esse é a ocasião em que as famílias retornam de viagem e podem trazer o vírus da doença. “Agora é um momento de perigo. O vírus começa a circular e sem os cuidados da população para eliminar os focos de larva poderemos perder o controle da situação”.

A coordenadora cita o exemplo de 2021, quando o setor havia registrado um caso autóctone de dengue em janeiro, seis casos em fevereiro, nove em março, 17 em abril e 24 casos em maio. Segundo levantamento do setor de Endemias, durante o ano passado foram 61 casos autóctones e seis casos importados.

No período epidemiológico, compreendido entre 31 de julho de 2020 e 30 de julho de 2021, foram registrados 55 casos de dengue autóctones e 11 casos importados, totalizando 66 pessoas confirmadas no período. Lilian lembra que no novo ano epidemiológico, que começou em agosto de 2021, tem um caso confirmado no mês de novembro. Em 2022, o setor não registrou nenhum caso confirmado de dengue até a última quarta-feira (2).

“Mas isso não é sinal que está tudo bem. Temos que manter os cuidados, monitorar os quintais. As equipes de Endemias estão a campo visitando os imóveis e a população tem que colaborar. O mosquito Aedes Aegypti é domiciliar, ele precisa de sangue para terminar o ciclo. Ele vai estar perto ou dentro das casas e não no mato”, enfatiza.

ALVO – As piscinas sem tratamento, os pratinhos de plantas, os comedouros dos animais e as cisternas para reaproveitamento de água foram os locais em que os agentes de Endemia encontraram a maior quantidade de larvas. Lilian cita ainda que os recipientes de plantas aquáticas e os ralos dos banheiros também estão nesta lista. Porém, um local chama a atenção dos agentes.

“Encontramos muitos criadouros de larvas do mosquito da dengue em obras de construção civil; nos poços dos elevadores, lonas jogadas, baldes, entre outros objetos no canteiro de obras em andamento e até de locais abandonados”.

E as larvas foram encontradas até em períodos de estiagem. Em novembro do ano passado foram encontrados 214 depósitos de larvas no município de Toledo. “É preciso ter um olhar mais preciso para identificar qualquer local que possa servir de criadouro para o mosquito da dengue, tanto dentro de casa como nos quintais e nas empresas A população precisa ter mais cuidado”.

VISITAÇÃO – Outro desafio na luta contra a dengue é a dificuldade de vistoriar imóveis fechados, seja por motivo de viagem ou por conta da rotina de trabalho. O trabalho dos agentes de Endemias é realizado por ciclos. Uma residência recebe a visita do servidor a cada dois meses.

Em 2021, os agentes visitaram 143,192 mil imóveis casas; 78,886 ficaram sem receber a vistoria do agente. Lilian cita que o município conta com um sistema de agendamento desta visita O morador pode escolher o dia e a hora que melhor se encaixa dentro da sua rotina. O agendamento pode ser feito através do telefone (45) 3378-5177.

“Temos trabalhado aos sábados; nossas equipes podem começar mais cedo ou estender o horário se tiver luz natural para vistoriar o imóvel. Mas para isso, precisamos da colaboração da população”, enfatiza. Dos imóveis visitados no ano passado, 702 tinham larvas do mosquito da dengue e receberam notificações. Ao todo foram lavradas 39 multas por descumprir as recomendações.

“Não é função dos agentes de Endemias multar, mas eles realizam quando é necessário, quando o caso já é reincidente. O agente de Endemias atua para orientar, ajudar e esclarecer a população sobre os perigos que um simples potinho com água pode trazer para a sua vida. A dengue é um assunto sério e nós estamos intensificando os trabalhos”, finaliza.

Da Redação

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