‘Peitolé’: ofertar ou não para os bebês?

A campanha do Agosto Dourado, deste ano, tem como tema ‘Proteger a Amamentação é uma responsabilidade de todos’. A cor da campanha – dourado – está relacionada ao padrão ouro de qualidade do leite materno. Ele é tão importante para o bebê que muitas mamães que amamentam fazem o ‘peitolé’ ou ‘tetolê’. A prática consiste no preparo de um picolé de leite materno. O alimento ofertado dessa forma tem potencial de aliviar a dor e o desconforto da primeira dentição dos bebês, contudo, nem os profissionais fazem alguns alertas.

“Esse alimento é tão ‘padrão ouro’ que tem a propriedade de mudar o sabor a cada mamada, pois depende do cardápio da mãe, ou seja, ele altera o seu sabor e o seu aroma”, relata a nutricionista, Deise Baldo. “Dessa forma, toda vez que o bebê mamar é como se ele vivesse uma experiência diferente mesmo se ele ainda estiver na fase de ser alimentado exclusivamente pelo leito materno”.

A prática do ‘peitolé’, segundo a nutricionista é uma forma de aliar o calor diante das altas temperaturas e amenizar os incômodos trazido pela erupção dos primeiros dentes. Ela pontua que esses são os principais motivos que podem justificar o congelamento do leite materno em formato de picolé.

AMAMENTAÇÃO EXCLUSIVA – “É importante alertar que o ‘peitolé’ não deve ser ofertado antes dos seis primeiros meses de vida da criança – período em que é recomendado a amamentação como alimentação exclusiva – para que não ocorra nenhuma interferência no aleitamento materno, depois deste período, o bebê já passa a ter condições para manipular outros alimentos – também é a fase da iniciação alimentar. Respeitando cada etapa, a mamãe pode ir colocando frutas para compor o picolé. Além disso, vale reforçar que o ‘peitolé’ não tem função nutritiva, ou seja, não substitui as mamadas e logo após o picolé o bebê pode querer mamar”, esclarece a nutricionista.

CUIDADOS NO PREPARO – Deise pontua que para preparar o alimento a mamãe deve tomar diversos cuidados. Ela explica que a extração de leite materno deve ser feita normalmente e que a dose retirada deve ser colocada em recipientes específicos. A profissional indica que a melhor opção são os recipientes de vidro com tampa – que devem ser fervidos por 15 minutos para esterilização e a secagem deve ocorrer deixando-os virados para baixo em um pano limpo, de forma que a evaporação da água aconteça de maneira natural.

“Também é importante que a mamãe esteja atenta a própria higienização das mãos, utilize touca e máscara. Mas, antes de tudo, o recomendado é que o pediatra seja consultado sobre a viabilidade de ofertar o ‘peitolé’ para a criança, especialmente, nas situações em que o bebê é mais sensível, já que o consumo do alimento congelado pode ocasionar resfriamento das vias aéreas superiores e gerar maior risco de inflamações”, alerta.

Da Redação

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