Paratleta paranaense Vinícius Rodrigues usa três próteses para treinar, com foco nas competições internacionais

Velocista que conquistou a medalha de prata nas Paralimpíadas de Tóquio está focado para atingir os primeiros lugares no mundial e no Para Pan

O ano de 2023 ainda está no segundo mês, mas os treinos do paratleta paranaense Vinícius Rodrigues, prata nas Paralimpíadas de Tóquio 2021, estão a todo vapor. Apesar de estar na pré-temporada, o vice-campeão da categoria T-63 do atletismo no Japão (na qual competem os velocistas amputados de membros inferiores) treina diariamente, duas vezes por dia, 2h30 cada, uma vez pela manhã e outra pela tarde. Tudo isso com o objetivo de chegar aos primeiros lugares das principais competições deste ano. Esportistas amputados de alto rendimento – como é o caso do Vinícius – mostram a cada competição que encontram nas próteses equipamentos mais avançados, que os ajudam a conquistar índices de campeões.

Vinícius, natural de Maringá, tem 28 anos e iniciou no esporte após sofrer um acidente e ter a perna esquerda amputada. Atualmente como um atleta profissional, para chegar aos índices que ele espera no decorrer do ano, o competidor utiliza nos treinamentos três equipamentos fundamentais: o joelho eletrônico C-LEG 4 (controlado por microprocessador), o Pé Triton e a Lâmina Sprinter. Os três são produzidos pela empresa alemã Ottobock, referência mundial em próteses, órteses e mobility. “Essas tecnologias ajudam muito na qualidade do movimento e na segurança dos meus treinamentos”, comenta Rodrigues. Atualmente, ele é um paratleta de alto rendimento e Embaixador da Ottobock América Latina.


Parceiros de alta tecnologia



Entre os produtos que Vinícius usa e que são produzidos pela Ottobock, está o joelho destinado a pessoas com amputação transfemoral (quando o procedimento acontece entre a articulação do quadril e o joelho). O equipamento, criado em 1997, é um dos mais comercializados, atingindo a marca de mais de 100 mil pessoas que já utilizaram o produto.

O C-LEG 4 é um grande parceiro no cotidiano de Rodrigues. Um dos diferenciais que o paratleta encontra é a estabilidade nos movimentos durante os exercícios. O joelho se adapta a diferentes situações, como descer escadas e rampas e percorrer terrenos irregulares. Outra vantagem é a função de recuperação de tropeço: o joelho pode detectar movimentos que aparentam uma queda e ativar a resistência necessária, recuperar o equilíbrio e manter a estabilidade da pessoa.

Outro detalhe apontado pelo corredor como facilidade neste equipamento é o controle por meio de aplicativo. “Desta forma, durante treinos de bicicleta e na prática de exercícios físicos, eu consigo verificar funções do joelho e acompanhar a durabilidade da bateria de forma mais rápida e prática”, afirma. Segundo a Ottobock, os usuários da prótese podem ajustar configurações, rastrear atividades, além de realizar autoteste de articulação de joelho. O aplicativo está disponível tanto para quem tem celulares com iOS quanto com Android.

Conforme o tipo de treino, Rodrigues troca o equipamento que é encaixado ao joelho. O pé é utilizado pelo corredor principalmente na academia. Segundo a Ottobock, o Triton é destinado principalmente a quem exerce atividades mais intensas, como é o caso do paratleta. O equipamento oferece mobilidade de alto nível, pois possui tecnologia com reação e controle próprios para quem pratica exercícios de grande impacto. Já a Lâmina Sprinter é a parceria de Vinícius nas corridas de fato, seja nas pistas paralímpicas ou na esteira. A tecnologia, de acordo com a empresa, proporciona direção precisa e giros estáveis. A dinâmica e a rigidez desta prótese se adaptam conforme os requisitos individuais de cada usuário.



Pouca manutenção

Foto: Reprodução/Instagram


Outra facilidade para os paratletas está nas revisões. Rodrigues comenta que, mesmo com a rotina de treinos constante, as manutenções nos equipamentos são básicas. “Geralmente eu faço isso quando troco meu encaixe (a parte que liga o joelho ao membro residual). O que eu mais modifico em todo esse conjunto que utilizo no meu dia a dia é a cobertura que protege meu corpo do contato com a prótese. Isso é necessário a cada dois meses, porque uso muito, e essa troca evita qualquer machucado no membro. Fora isso, não preciso de grandes manutenções”, explica.

Rodrigues está focado em especial em dois eventos no ano de 2023: o Campeonato Mundial de Atletismo, que será disputado em agosto na cidade de Budapeste, na Hungria, e os Jogos Parapan Americanos, que acontecem em novembro, em Santiago, capital do Chile. Nestas duas oportunidades, o atleta espera voltar com o ouro. “Minha expectativa é grande e, por isso, tenho focado muito nesta pré-temporada. No mundial de Dubai, em 2019, eu acabei ficando com o bronze, depois de uma largada não muito boa. Vai ser meu segundo mundial e com certeza vai ser um bom momento para minha carreira”, finaliza.

Da Assessoria Rodrigo Batista – NoAR Comunicação/Ottobock

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