Pandemia: como agravamento das doenças mentais desencadearam a procura por psicoterapia
Ansiedade, depressão, medo, pânico. Cada um reagiu de uma forma diferente quando a pandemia atingiu o cotidiano. A incerteza sobre o futuro, o isolamento, as consequências financeiras, o enfrentamento da doenças, a perda de um entre querido desencadearam o aumento pela procura de atendimentos especializados na área da saúde mental.
Buscar ajuda profissional proporciona atravessar este período de maneira assistida; é uma forma de evitar que determinadas situações tomem outras proporções; é lutar pela cura e ter mais qualidade de vida. Os profissionais da área de psicologia alertam que a saúde mental precisa atenção.
“Em minha prática profissional observei um aumento significativo nas buscas por psicoterapia”, destaca a psicóloga, Thamirys Sayami Almeida Amano. “Percebo que a pandemia contribuiu para intensificar ou até mesmo para desencadear quadros de ansiedade, depressão, entre outros. Esses, quase sempre citados por sentimentos de medo excessivo, tristeza, desânimo, desmotivação e sintomas físicos como taquicardia, sudorese, falta de ar. Diante de alguns sintomas muitas pessoas se assustam e cada vez que a frequência vai aumentando, maior será o medo em relação ao que está sendo sentido, e com isso, a intensidade dos sintomas vão aumentando, a partir disso, muitos acabam buscando ajuda profissional”.
MOMENTO INCERTO – Thamirys destaca que é incontestável que a pandemia tenha afetado o mundo de uma forma drástica e inimaginável. Ela reforça que a doença desencadeou as crises sanitária, econômica, social e o luto como alguns dos fatores que afetaram a saúde mental das pessoas.
“Não me recordo em ter vivenciado outro período que precisamos nos isolar, acredito que isso tenha um peso muito grande também, pois somos seres sociais, acostumados a estar em interação com o outro, acostumados com o afeto e o toque. O fato de sermos privados a isso, pode ser sim, um agravante em quadros de ansiedade e sofrimento. Por fim o sentimento de luto por parte de todos os enlutados que perderam um ente querido e de toda a sociedade diante de tantas vidas ceifadas”, pontua a profissional.
MENTE DOENTE – Na análise da profissional, a pandemia afetou de uma forma direta a saúde mental das pessoas, causando quadros de sofrimento intensos. Contudo, ela declara que muitas pessoas começaram a dar a devida atenção e cuidado a saúde mental, bem como observar, prestar atenção em seus sentimentos e emoções a partir da pandemia.
“Recebo com frequência demandas relacionadas ao medo, tristeza, sofrimento, ansiedade, e quadros de depressão que se intensificaram ao longo da pandemia. Também percebi uma grande procura por parte de adolescentes e jovens e uma média semelhante entre o sexo feminino e masculino”.
AGRAVAMENTO DAS DOENÇAS – “Tivemos um aumento na procura pela psicoterapia”, pontua a psicóloga clínica, Andressa Aline Bertolla. “As primeiras notícias sobre o novo coronavírus foram marcadas por ansiedade e surpresa. O sentimento de impotência e preocupação com o futuro e sustento da família trouxe o agravamento de quadros de transtornos mentais que já eram conhecidos ou que existiam como pano de fundo. Então percebemos que muitas pessoas já vinham de certa forma, ‘empurrando com a barriga’ certas questões, com o momento de crise gerado pela pandemia isso ficou insustentável e passaram a buscar ajuda”.
Andressa comenta que, desde o início da pandemia, ocorreu registro do aumento no número de pessoas que procuram por atendimento, com sintomas compatíveis com ansiedade, angústia e crises de pânico. Ela declara que esses sintomas muitas vezes já estavam presentes nas pessoas, mas que elas iam lidando sozinhas, e com a chegada da Covid-19, e a grande insegurança que este momento trouxe, os casos se agravaram a ponto de constarem a necessidade de buscar ajuda especializada para lidarem com os conflitos. A profissional conclui que é importante buscar atendimento especializado para superar o momento e ter mais saúde.
Da Redação
TOLEDO
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