Osesp lança temporada 2022 e prevê retorno total de público
“Precisamos manter nosso trabalho, mesmo sabendo que algumas coisas podem mudar”, diz Marcelo Lopes, diretor executivo da Fundação Osesp. “Com o passaporte da vacina, esperamos ter mais uma vez a casa cheia. Vamos vender assinaturas agora e os ingressos avulsos, apenas mais para frente. Assim, ficamos com cerca de 35% da lotação como manobra para voltar a fazer o distanciamento social na plateia caso a pandemia assim exija.”
Batizada de Vasto Mundo, a programação gira em torno da Semana de Arte Moderna, realizada em 1922 e que completa um século no próximo ano. Nela, um grupo de artistas de diferentes áreas – música, artes plásticas, literatura – apresentou obras que sinalizavam, em conjunto, a busca de um novo espírito que rompesse com a arte conservadora do século 19.
Na temporada da Osesp, esse mote aparece com um olhar, por um lado, histórico, com a interpretação de obras de compositores ligados à ideia da arte nacional então proposta, como Heitor Villa-Lobos, Camargo Guarnieri e Francisco Mignone, símbolos do nacionalismo musical brasileiro. De outro lado, a programação se abre para o repertório de hoje.
“Os modernistas, segundo acima de tudo Mário de Andrade, entenderam nossa cultura como um campo aberto, ao mesmo tempo voltada para si e em diálogo com o mundo. Dessa perspectiva, pensando num arco de tempo de meio século expandido – de 1894 (ano de estreia do Prélude à l’après-midi d’un faune, de Debussy, tido como marco inaugural da modernidade) até 1954 (fundação da Osesp) -, reunimos 100+22 obras, entre sinfônicas, corais e de câmara, brasileiras e estrangeiras”, explica Arthur Nestrovski, diretor artístico da Fundação Osesp, responsável pela formatação da programação.
Assim, serão realizadas estreias latino-americanas de cinco compositores de fora do País, como Jörg Widmann, Roberto Sierra, Jimmi López, Thomas Adès e Jessie Montgomery. Na programação sinfônica, há apenas um brasileiro vivo: o compositor Marcos Balter. Mas autores homenageados, como Arrigo Barnabé e Rodolfo Coelho de Souza (que completam 70 anos em 2022), terão obras apresentadas pelo Quarteto Osesp e pelo Coro da Osesp, que também estreia obra de Valéria Bonafé. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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