Operação contra balsas de garimpo no Rio Madeira destruiu 131 dragas
Não houve nenhum registro de violência, uso de força ou disparo de arma de fogo, segundo o superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Leandro Almada.
Entre sábado e domingo, três pessoas foram conduzidas à delegacia da PF no Amazonas por terem sido encontradas com certa quantidade de ouro.
“Tínhamos que dar uma resposta forte e a gente conseguiu. Esse é o resultado em 48 horas de operação”, disse Almada.
O trabalho foi realizado com apoio de equipes que seguiram de helicóptero e embarcações, a partir de Manaus (AM). As aeronaves seguiam diariamente entre a capital do Amazonas e as áreas do Rio Madeira onde estavam as balsas. As embarcações seguiram pelo Rio Amazonas, até acessar o Madeira e, a partir daí, apoiar as abordagens.
Protestos
Parte dos garimpeiros estava concentrada em áreas dos municípios de Autazes e Nova Olinda do Norte. As ações policiais se concentraram neste trecho. Em municípios acima, como Borba e Manicoré, houve concentração de balsas. Nestas duas últimas cidades, os garimpeiros também chegaram a fazer manifestações de protesto, de forma pacífica, contra os atos de repreensão.
Entre os agentes, houve apreensão de que uma investida da operação nestas novas aglomerações, que neste domingo, 28, chegaram a concentrar cerca de 20 balsas em Borba, pudesse gerar uma situação de risco.
Almada disse, porém, que a decisão de não ir até a região deve-se a uma questão de autonomia dos equipamentos utilizados na operação. “Nossa avaliação é de que o resultado já foi alcançado. Chegou a ser melhor do que esperávamos, principalmente após aquele primeiro movimento de evasão”, comentou. “O trabalho acabou avançando em uma área até maior do que imaginávamos. Mas é claro que, se vierem de novo, haverá nova operação.”
Nesta segunda-feira, agentes da PF devem recolher amostras de cabelo de moradores da região de Autazes. O objetivo é verificar, a partir de testes, se há alguma quantidade de mercúrio presente no organismo da população.
O produto químico utilizado no processo de separação do ouro de demais substância é extremamente prejudicial à saúde e ao meio ambiente. “Vamos fazer esse levantamento e buscar a prova material da contaminação”, disse Almada.
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