OMS: números da covid aumentam pela primeira vez em 2 meses, puxados por Europa
Ghebreyesus argumentou que a pandemia persiste “em grande medida por causa do acesso desigual aos instrumentos” para combater o vírus. Segundo ele, testes foram aplicados nos países ricos 80 vezes mais do que nos de renda baixa e as vacinas, 30 vezes mais na mesma comparação. “Se as 6,8 bilhões de doses de vacinas administradas globalmente até agora tivessem sido distribuídas de modo igualitário, teríamos já atingido a meta de vacinar 40% da população de cada país.”
Nesse quadro, o diretor da OMS alertou que o mundo segue vulnerável ao surgimento de novas variantes do vírus. Ghebreyesus destacou a iniciativa da OMS do Acelerador de Instrumentos contra a covid-19 (“ACT Accelerator”). Com esse instrumento, a OMS e parceiros já entregaram 425 milhões de doses de vacinas, a 144 países, por meio da iniciativa Covax.
Ghebreyesus afirmou, porém, que a iniciativa não consegue cumprir todo seu potencial, por falta de financiamento. Às vésperas da reunião de cúpula do G-20 neste fim de semana em Roma, ele destacou que os países do grupo têm meios para tomar decisões que poderão ser cruciais para acabar com a pandemia. A OMS solicitou hoje US$ 23,4 bilhões para cumprir suas metas nessa frente, enfatizando que o montante é muito modesto, em comparação ao custo econômico global da pandemia.
Segundo a autoridade, a variante delta é muito transmissível e mostra que apenas com vacinas não é possível controlar a crise global de saúde. Ghebreyesus defendeu a importância de se usar “todos os instrumentos – vacinas, testes, tratamentos, equipamento de proteção pessoal e medidas de saúde pública” para conter o quadro.
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