Ocupação de UTI volta a preocupar autoridades e hospitais estão com lotação acima de 90%

A região Oeste, assim como todo o estado do Paraná, tem vivido momentos preocupantes em decorrência da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Março de 2021 pode ter sido considerado o pior mês da doença até então. A 20ª Regional de Saúde (RS) de Toledo chegou a ter, naquele período, 30 pacientes aguardando por um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Em maio, existe a preocupação de uma possível nova onda e com um agravante: já não existem leitos disponíveis.

O diretor da 20ª Regional de Saúde de Toledo Alberi Locatelli explica que a situação epidemiológica teve uma melhora a ponto de não ter nenhum paciente na fila de espera. “Porém, neste mês, voltou a subir e já contamos com pacientes aguardando por um leito de UTI”.

De acordo com o Mapa de Ocupação dos Leitos SUS Exclusivos ao enfrentamento da Covid-19 na Macro Regulação Oeste, até às 9h35 de segunda-feira (17), o índice de ocupação na 20ª RS estava em 94%; já na Macro o número estava maior e totalizou 97,2%. Em Toledo, na Associação Beneficente de Saúde do Oeste do Paraná (Hoesp), mantenedora do Hospital Bom Jesus, dos 24 leitos disponíveis, 22 estavam ocupados; em Assis Chateaubriand, na Fundação Beneficente Moacir Micheletto, dos 28 leitos, 26 prestavam atendimentos aos pacientes e no Hospital Quinto Abraão, em Palotina, todos os leitos de UTI estavam ocupados. Ao todo são dez naquele município.

Ainda na segunda-feira, cinco pacientes da 20ª Regional de Saúde aguardavam por um leito de UTI; já na Macro eram 32 pacientes. Ontem, a maior demanda foi registrada na Regional de Foz do Iguaçu. Naquela Regional, o índice de ocupação dos leitos de UTI estava em 99% e 11 pacientes aguardavam por um leito. As regionais de Pato Branco e Francisco Beltrão apresentaram ocupações máximas de seus leitos. Enquanto Cascavel chegou ao índice de ocupação de 97%.

Alberi Locatelli destaca que os resultados das análises dos dados, os novos casos, o estado de saúde dos pacientes, enfim, trazem preocupações para uma possível nova onda da doença tanto na Regional como no Paraná. “Diferente das outras, caso vivamos uma nova onda, nós estamos sem leitos disponíveis neste momento”.

REGIONAL EM NÚMEROS – A equipe da 20ª Regional de Saúde tem acompanhado a evolução da pandemia em cada município. No coeficiente de incidência de casos confirmados por 100 mil habitantes, Toledo está em vermelho, no estágio de emergência, ou seja, os índices estão 50% acima da incidência estadual, de acordo com os dados do 20º Conselho Regional de Secretários Municipais de Saúde e são referentes ao dia 14 de maio, última sexta-feira. Toledo possui 13.972 casos confirmados, enquanto o Paraná está com 8.737 e a 20ª Regional de Saúde está com 10.697 casos. Por sua vez, o Brasil apresenta o número de 7.344.

Dos municípios que compõem a 20ª Regional de Saúde de Toledo, Palotina aparece em segundo em uma tabela, porém em um estágio de atenção, isto é, entre 50% e a incidência estadual. Na sequência, Ouro Verde do Oeste e Quatro Pontes.

Com números menores estão os municípios de Mercedes (5218), Nova Santa Rosa (6134), Pato Bragado (6826), Entre Rios D’Oeste (6832) e São José das Palmeiras (7334).

Mas, Toledo está abaixo da incidência estadual no coeficiente de mortalidade (óbitos por 100 mil habitantes). Conforme dados divulgados até o dia 14 de maio, Toledo tinha o coeficiente de 201.90. Nenhum município da 20ª Regional de Saúde está em estado de emergência, ou seja, 50% acima da incidência estadual (210.00).

Com relação ao índice de letalidade, São José das Palmeiras é a cidade da 20ª RS que apresenta o maior dado com 3,38%, seguido de Tupãssi 3,26%, Assis Chateaubriand 2,43%. Toledo tem o índice de letalidade de 1,44% e a Regional 1,73%.

Sobre a média móvel dos casos confirmados de Covid-19 na 20ª Regional de Saúde, segunda data de divulgação dos boletins informativos dos municípios, houve um acréscimo de 34,94%, em 14 de maio, em relação a 14 dias atrás.

ENCAMINHAMENTOS – O diretor da 20ª Regional de Toledo explica que o secretário de Estado de Saúde Beto Preto determinou que todas as Regionais busquem por novos leitos de UTI. No entanto, Alberi Locatelli revela que a dificuldade em realizar essa ampliação é grande e por diversos fatores, como falta de estrutura nos hospitais, falta de recursos humanos e de insumos. “Podemos ter a estrutura e alocarmos profissionais da enfermagem (por exemplo) e como suprimos a demanda daquele setor? É uma situação muito complexa. Infelizmente, nós dependemos da participação popular. Desejamos que as pessoas entendam que a pandemia não passou. O uso da máscara e os demais cuidados são essenciais para evitar o contágio e a proliferação do vírus”.

A vacina e as restrições nos Municípios também colaboram para manter a pandemia ‘controlada’. “A medida que existe mais circulação do vírus, existe a possibilidade do surgimento de novas cepas e o nosso receio é que a vacina não consiga oferecer uma imunidade eficaz. A situação é preocupante”.

Da Redação

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