Número de cesáreas cresce no Brasil, deixando o país em uma posição desfavorável com a OMS

Em um levantamento realizado pelo Ministério da Saúde em 2022, foi revelado que a quantidade de cesáreas realizadas no Brasil teve um aumento de 57,6%, enquanto a quantidade indicada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) seria de apenas 15% do total dos nascimentos. Esses dados indicam que a opção pelo parto vaginal não está entre as preferências das futuras mães brasileiras, colocando o país na segunda posição entre os que mais realizam cesáreas no mundo.

O crescente interesse pelo parto cirúrgico e a relutância em relação ao parto natural podem estar relacionados a uma cultura que tem se desenvolvido ao longo dos anos. De acordo com o ginecologista Dr. Altair Antonio Pellanda, do Policlínica Hospital de Cascavel, a influência pessoal e a disseminação de informações na sociedade podem interferir na escolha da gestante na hora do parto. Ele afirma que, ao conhecer apenas o lado negativo de um dos métodos de parto, é mais provável que a gestante opte pela outra forma de nascimento, destacando a importância da influência do ambiente social na tomada de decisão.

Embora a cesárea seja uma forma cirúrgica de nascimento que muitas vezes é associada à ausência de dor durante o parto, o período pós-operatório pode ser mais delicado, exigindo vários meses para uma recuperação completa. Dos três milhões de partos que ocorrem anualmente no Brasil, 1,68 milhão são cesáreas, sendo que 870 mil são realizadas anualmente sem uma indicação cirúrgica verdadeira.

O parto vaginal, quando escolhido pela gestante, proporciona um tempo de internação  hospitalar mais curto e pode reduzir as dores após o nascimento, facilitando o contato precoce entre mãe e bebê e contribuindo para a adaptação do recém-nascido. “Pode- se conscientizar as gestantes que as dores fazem parte do processo, mas que são totalmente toleráveis, suportáveis e que medidas para a busca de contenção da dor, como analgesias não medicamentosas, são aliviadoras do processo”, assegura o ginecologista.

Preparativos pré-natais, como caminhadas e exercícios físicos, incluindo o uso da bola de pilates, podem ajudar no parto vaginal. No entanto, é essencial manter a calma e o relaxamento durante o processo, e as consultas médicas pré-natais são indispensáveis. Um profissional qualificado pode orientar sobre as vantagens e desvantagens do parto vaginal, considerando as características naturais do corpo de cada gestante, e, se necessário, indicar um procedimento cirúrgico.

A desinformação tem sido identificada como a principal causa do receio em relação ao parto natural. Segundo pesquisas na área de psicologia, o trauma relatado por gestantes que enfrentaram dificuldades no parto pode influenciar a decisão. Portanto, a escolha de um profissional experiente, que forneça orientação adequada sobre os benefícios e limitações do parto vaginal, juntamente com o apoio emocional da família e amigos, é fundamental no momento do nascimento.

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