No Chile, Brasil tenta superar baixas para emplacar 7ª vitória nas Eliminatórias
Tite não pode contar com nove atletas que atuam na Inglaterra e não foram liberados por seus clubes, além de Matheus Nunes, que deve defender a seleção portuguesa no futuro, e de Claudinho e Malcom. A dupla SE tornou desfalque na véspera do jogo diante dos chilenos depois que o Zenit pediu o retorno deles e causou irritação na CBF, que avisou que irá à Fifa contra a equipe russa.
A ideia de Tite é manter a base que atuou na Copa América entre os titulares, mas com alterações importantes, como a provável entrada do campeão olímpico Matheus Cunha no ataque. E se não pode escalar atletas já consolidados na equipe, como Alisson, Thiago Silva, Gabriel Jesus e Richarlison, o treinador deu oportunidade para atletas que provavelmente não teriam chance de mostrar serviço não fosse essa situação atípica, caso de Hulk, de volta à seleção após seis anos.
“Temos um grupo de 40, 50 atletas, que monitoramos constantemente. Porque são atletas de alto nível, com qualidade técnica, que estão suficientemente habilitados para vir à seleção e apresentar o seu melhor futebol. Fomentamos a competição leal. Quando melhor for o desempenho o outro atleta vai ter que elevar esse padrão. Essa é a nossa ideia”, explicou o treinador.
Diante de tanta incerteza, Tite não quis revelar a escalação. Ele preferiu “segurar” os 11 que mandará a campo. Certo é que um dos ajustes que o treinador tem de fazer na equipe é aprimorar o processo de criação das jogadas. Mesmo com o elenco completo, a seleção vinha tendo dificuldade de criar e dependia demais do talento de Neymar.
“O que estamos buscando é um processo criativo maior, mais meio-campistas criativos. Nossa construção por vezes é muito vertical”, admitiu Tite, contente, por outro lado, com o desempenho defensivo. “A prioridade é a construção ofensiva”.
Depois de visitar o Chile em Santiago, o Brasil fará duas partidas em casa. Domingo, encara a Argentina na Neo Química Arena, em São Paulo, e na quinta-feira da próxima semana recebe o Peru, na Arena Pernambuco, em Recife.
A seleção lidera as Eliminatórias com 100% de aproveitamento após seis rodadas. São 16 gols marcados e apenas dois sofridos. A ideia é conquistar mais três vitórias para encaminhar a classificação à Copa do Catar, em 2022. Tite quer, sobretudo, chegar ao Mundial “na plenitude”, já que teve a oportunidade de comandar a equipe desde o início do ciclo, em 2018, ao contrário da preparação para a Copa da Rússia.
Tite nunca perdeu nas Eliminatórias como técnico do Brasil. São 16 vitórias e dois empates até o momento. Ele ostenta a mais longa série invicta de um treinador nas Eliminatórias da América do Sul.
O Chile vive momento oposto e venceu apenas uma vez no torneio. Os chilenos somam seis pontos e ocupam a sétima colocação. A seleção treinada por Martín Lasarte vem de três partidas sem vitória. Precisam se reabilitar para não se distanciar da zona de classificação ao Mundial do Catar.
O meio-campista chileno Arturo Vidal, um dos líderes do elenco, disse que está confiante para o duelo diante do Brasil. Ele também lembrou da derrota por 1 a 0 para os brasileiros nas quartas de final da última Copa América.
“Este jogo eu esperei por muito tempo. Eu me preparei da melhor maneira e espero que possamos manter os três pontos”, falou. “Recentemente nos enfrentamos, mas foi na Copa América, um jogo de mata-mata. Agora nos pontos corridos você tem que ter mais cuidado, pensar no que pode acontecer mais à frente. Agora você tem que marcar pontos e avançar na tabela”.
Pela primeira vez nas Eliminatórias em meio à pandemia, o Estádio Monumental de Santiago abrirá suas portas ao público, com capacidade para um pouco mais 10.000 torcedores porque o Chile teve um boa resposta à crise sanitária, com uma queda considerável dos casos de covid-19 e mortes no país.
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