Nino recorda dificuldades até Olimpíada e fala da emoção de ser convocado

Nos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, a seleção brasileira conquistou a medalha de ouro dentro de casa na final contra a Alemanha, no estádio do Maracanã. Naquela época, o zagueiro Nino estava iniciando a sua carreira, na base do Criciúma, e torcia para o Brasil assistindo aos jogos pela televisão. Desta vez estará realizando um sonho e viverá os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 sentindo na pele a responsabilidade de vestir a camisa amarela na defesa do ouro olímpico.

Nino relembrou o seu passado difícil até ser reconhecido no futebol, descreveu a emoção em disputar a sua primeira Olimpíada e disse que espera deixar seu legado.

“Vestir essa camisa é um sentimento indescritível. É uma mistura de honra com gratidão. Passa um filme na minha cabeça sobre tudo o que, nós, jogadores, passamos. Todas as dificuldades. Muitas vezes as pessoas não entendem isso. Eu saí cedo de casa, com 14 anos, deixei meus pais e fui morar em outra cidade. Então estou muito honrado e grato em estar aqui. Um sentimento bom de responsabilidade. É uma felicidade representar essa camisa de tanta história. Nós esperamos deixar um legado, um sentimento bom nas pessoas que torcem por nós e que, no final, o nome do Brasil seja exaltado mais uma vez”, relatou.

Ao longo da preparação para a Olimpíada, Nino se manteve presente em duas listas do técnico André Jardine. O zagueiro mostrou sua diferença na equipe durante o Torneio Pré-Olímpico, disputado na Colômbia, em 2020. Nesta competição, o Brasil se manteve invicto ao longo das sete partidas disputadas, vencendo a Argentina por 3 a 0 no quadrangular final. Foi devido ao ótimo desempenho no torneio que a seleção assegurou a vaga nos Jogos de Tóquio-2020.

Nino, que atualmente joga no Fluminense, destacou o peso deste momento para a sua convocação e para a sua afirmação como profissional. “O Torneio Pré-Olímpico na Colômbia teve muito peso. É claro que foi só uma etapa do processo, mas passamos 40 dias juntos ali. Foi muito tempo de treinamento. Nós tentamos ao máximo nos adaptar e fazer as coisas que o professor Jardine e toda a comissão pediam. Carreguei muito da Colômbia para a minha sequência no Fluminense. Tenho certeza que isso fez toda a diferença e contribuiu de uma maneira enorme para que eu esteja aqui hoje”, afirmou.

Uma adversidade encarada pelo técnico foi a desconvocação do zagueiro Gabriel Magalhães, que sofreu uma lesão no joelho direito. Ricardo Graça, também presente no Torneio Pré-Olímpico, foi chamado para substituí-lo. Agora completa os nomes da zaga com Nino, Diego Carlos e Bruno Fuchs.

Nino lamentou as baixas na equipe e falou que o entrosamento na linha defensiva será desenvolvido dentro de campo. O jogador também disse estar sendo ajudado pela experiência de Daniel Alves e Diego. “Nós lamentamos muito as baixas. Por outro lado, agradeço muito por estar aqui. Acho que o entrosamento é desenvolvido no campo, no dia a dia. Cada um chega aqui representando o modo de trabalhar no seu clube. Mas o professor Jardine é muito claro sobre o que deseja de cada um de nós. A gente tem tentado conversar, entender o que devemos fazer para estarmos fortes e juntos. Tanto o Diego quanto o Daniel são jogadores muito experientes e têm facilitado muito para mim”, explicou.

Nino falou sobre a responsabilidade em encarar adversários igualmente fortes, com jogadores mundialmente reconhecidos, nos Jogos Olímpicos. O jogador disse que será uma competição disputada, de nível elevado, mas acredita que a seleção está preparada para conquistar o primeiro lugar do pódio.

“O nível da competição vai ser elevado. Temos nomes conhecidos mundialmente em todas as Seleções, inclusive a nossa, que vem muito forte. Então tem tudo para ser uma competição especial, de alto nível, e temos nos preparado para isso. Temos a ciência de que vai ser necessário dar o nosso melhor em todos os jogos, representando muito bem a camisa que nós vestimos, para no final sermos campeões”, encerrou.

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