NBB tem recorde de atletas argentinos em toda história

Pode botar carvão na parrilla e esquentar a água do mate: os hermanos estão na área! Com 18 jogadores confirmados, o NBB Caixa 2023/24 registra o maior número de jogadores argentinos nas 16 edições já realizadas da competição.

Pode botar carvão na parrilla e esquentar a água do mate: os hermanos estão na área! Com 18 jogadores confirmados, o NBB Caixa 2023/24 registra o maior número de jogadores argentinos nas 16 edições já realizadas da competição.

Um dos símbolos dessa migração seja Franco Balbi, do Flamengo. O armador de 34 anos já passou pelo NBB entre as temporadas 2018 e 2022, quando também defendeu o clube carioca e marcou época na elite do basquete brasileiro. No rubro-negro, conquistou todos os títulos possíveis como jogador, incluindo dois NBB, duas Copa Super 8, uma Champions League das Américas (BCLA) e o título intercontinental.

Após uma temporada no Boca Juniors, Balbi retornou para o Mengo e tem sido um dos destaques da equipe neste início de NBB. No momento, o argentino é o líder da competição em bolas recuperadas (2,1 por jogo) e é o segundo em assistências (7,4 por jogo).

Outro argentino que tem feito bastante sucesso no Brasil é Santiago Scala. O armador de 32 anos chegou ao Franca em 2020/21 e, desde então, vem empilhando títulos com a equipe do interior paulista. Em apenas duas temporadas completas, Scala já conquistou dois NBB, a BCLA, a Copa Intercontinental, o Super 8 e o Campeonato Paulista.

Quem parece que vai seguir os passos dos conterrâneos é o também armador Franco Baralle, do Minas Tênis Clube. Em sua primeira temporada no Brasil,  o argentino de 24 anos já se firmou como o maestro da equipe, que no momento está na liderança do NBB. Campeão argentino em 2022/23 pelo Quimsa, Baralle explicou por que trocou o basquete do seu país pelo brasileiro.

“A principal diferença entre as duas ligas é a parte física e atlética, que é muito mais valorizada no NBB, enquanto a Liga Argentina valoriza muito mais a parte tática. Ambas as ligas jogam um ótimo basquetebol, mas o que mais me motivou foi que hoje o Brasil se encontra um escalão acima. Queria esse desafio de sair do meu país pela primeira vez. Chegar a um clube como o Minas com toda a certeza foi uma grande motivação”, afirmou o armador.

Enquanto Baralle ainda busca espaço no basquete brasileiro, o conterrâneo Diego Figueredo já se firmou por aqui. O armador de 32 anos foi um dos principais estrangeiros nas últimas temporadas do NBB. O camisa 91 chegou à Liga em 2019 e começou com tudo pelo São José, mas infelizmente a competição foi encurtada pela pandemia do Covid-19. Em 2021/22, Figueredo defendeu o Corinthians e, no ano seguinte, retornou ao time do Vale. O armador, que é um dos favoritos da torcida do São José, comemora a presença de cada vez mais argentinos no Brasil.

“É ótimo ter cada vez mais argentinos no NBB. Isso fala muito bem da escola de basquete argentino, principalmente no que diz respeito à posição de armador. Penso que esse movimento se deve ao nosso estilo de jogo e nossa cultura desportiva, que é incentivada desde criança. Quando cheguei ao NBB, em 2019, procurava abrir portas para novas oportunidades e desde então minha prioridade sempre foi o Brasil. Me deparei com uma liga muito competitiva, hoje em dia uma das melhores da América. Acredito que todos os argentinos que já chegaram e ainda chegarão ao NBB sabem que a liga é de alto nível. Essa competitividade nos permite darmos um passo de qualidade e continuar nos desenvolvendo”, disse Figueredo.

O armador inclusive comentou que é um dos argentinos que mais ajudam os seus hermanos na recepção, seja com dicas sobre a cultura, a língua ou até mesmo o basquete.

“Sempre falamos entre os argentinos. É importante para todos conversar sobre as experiências de cada um em suas equipes, perguntar sobre a família e como está sendo a adaptação. Quando falo com alguns que chegam pela primeira vez ao NBB, tento dar alguns conselhos de como se joga, principalmente pelo nível de contato e intensidade de cada jogo, que é um pouco diferente em relação ao da Argentina e, logicamente, precisa de tempo de adaptação. Felizmente, temos uma boa comunicação entre todos os argentinos aqui no NBB e espero que muitos mais cheguem”, finalizou Diego.

Além de Balbi, Scala, Baralle e Figueredo, mais 14 hermanos disputam a 16ª edição do NBB Caixa: Ramiro Santiago (Botafogo), Alejandro Konszdat (Caxias do Sul), Martin Cuello (Flamengo), Sebastian Orresta (Fortaleza Basquete Cearense), Chuzito González (Minas Tênis Clube), Nico Copello (Minas Tênis Clube), Santiago Ferreyra (Paulistano), Fede Aguerre (Pinheiros), Lisandro Ponti (Pinheiros), Martin Cabrera (Bauru), Leonardo Lema (São José), Enzo Ruiz (União Corinthians), Facundo Corvalan (Unifacisa) e Matias Solanas (Unifacisa).

Entre os treinadores do NBB, há um argentino: Silvio Santander, do Corinthians, que está disputando sua primeira temporada no basquete brasileiro.

OS PIONEIROS – A presença de argentinos no NBB não é novidade. Desde a temporada inaugural, em 2008/09, os hermanos estão por aqui. O pioneiro foi Facundo Sucatsky, o primeiro argentino a entrar em quadra na história da competição. O armador já jogava no Minas Tênis Clube antes da criação do NBB e defendeu a equipe mineira nas três primeiras edições da competição.

Outro armador que seguiu o exemplo de Sucaksty e teve sucesso no Brasil foi Juan Pablo Figueroa. Em 2010/11, ele se transferiu para o Pinheiros, onde ficou dois anos. De lá, partiu para três temporadas por Franca. Figueroa retornou em 2019/20 e jogou mais três anos por aqui: dois em Rio Claro e um em Campo Mourão. No total, o armador disputou 257 jogos em oito temporadas do NBB.

As quadras brasileiras também tiveram o privilégio de contar com alguns medalhistas olímpicos. O ala Federico Kammericks, que conquistou o bronze em Pequim 2008, defendeu o Flamengo na temporada 2011/12. E o treinador que conduziu a Argentina à medalha na China, Sergio Hernández, também trabalhou no Brasil, quando dirigiu o Brasília na temporada 2013/14.

O NBB também teve um representante do maior feito do basquete da história do basquete argentino: a medalha de ouro nas Olimpíadas de 2004. O ala Walter Hermann, que brilhou na semifinal contra os Estados Unidos, ajudou o Flamengo a ter um dos melhores anos de sua história. Na temporada 2014/15, a única de Hermann no Brasil, o rubro-negro conquistou o NBB e a Copa Intercontinental, batendo o Maccabi Tel-Aviv, de Israel, na decisão.

Mas Hermann não era o único argentino brilhando naquele time. Nicolás Laprovittola havia chegado um ano antes e logo mostrou seu impacto. Em 2013/14, ele entrou para a seleção do NBB, foi escolhido o melhor armador da competição e foi o titular da campanha que terminou com o título do Mengão. No ano seguinte, com Hermann, conquistou o bicampeonato e a Copa Intercontinental. Atualmente, Laprovittola joga no Barcelona.

Por Gustavo Marinheiro

SÃO PAULO

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