Natal empreendedor: como aproveitar a melhor época do ano para alavancar os negócios

Natal é época de festa, de reencontro, de celebração, de presentear e de oportunidades. Oportunidade para quem quer complementar a renda da família, oportunidade para quem deseja mudar de atuação, oportunidade para quem quer abrir um novo negócio, enfim, a época do Natal e suas festividades possibilitam inúmeras mudanças com retornos financeiros interessantes e possibilidades de crescimento profissional.

Há quem inicie uma pequena produção de panetones caseiros ou de chocolates artesanais, enfeites e decoração, presentes e mimos personalizados ou ainda trabalhe na elaboração de pratos tradicionais para a ceia. Toda ideia é válida para entrar no clima do Natal e aumentar a renda.

Por isso, chegou o momento de empreender, se organizar, contatar os fornecedores e garantir, estrategicamente, tudo o que pode satisfazer o cliente, alavancar o negócio e garantir sucesso no empreendimento.

Para quem está se aventurando e começando no mundo nos negócios, o consultor do Sebrae/PR Willian Braga Tomaz dá algumas dicas importantes como identificar um nicho de mercado, conhecer bem o público-alvo, criar um plano de negócios, definir metas claras, buscar capacitação e conhecimento na área de atuação. “É preciso manter um controle financeiro rigoroso, acompanhar as tendências do mercado, buscar parcerias estratégicas e buscar feedback constante dos clientes para aprimorar o negócio”.

A OPORTUNIDADE – O economista Jandir Ferreira de Lima orienta os empreendedores sobre os primeiros passos em um novo negócio sazonal. “Para quem quer ganhar dinheiro com lembrancinhas, decoração, artesanato e similares a dica é a diferenciação de produto e inovação. Mais e mais os consumidores querem objetos não convencionais, mas que reflitam bom gosto e praticidade. Além disso, a casa do século XXI mudou, está mais eletrônica e conectada. Então, os objetos devem refletir e se tornar úteis e práticos nessa nova realidade”.

No caso de comidas e bens alimentícios, o economista faz algumas observações essenciais: a primeira é a qualidade e o cuidado sanitário. “O consumidor está mais atento a manipulação e a origem; para certos tipos de comercialização em via pública, cabe lembrar da necessidade de autorização das autoridades municipais e a fiscalização sanitária; o consumidor está cada vez mais atento as calorias, a quantidade de açúcar e conservantes. Então oferecer produtos frescos, saudáveis, bem apresentados e com sabor ainda são os elementos de conquista dos paladares e fidelização dos consumidores”.

Para quem já está no mercado atuando como Microempreendedor Individual (MEI) e agora busca alavancar o negócio com as vendas desta época do ano, Tomaz pontua que é necessário se preparar para a movimentação de vendas no final do ano fazendo um planejamento antecipado. “Isso envolve verificar estoques, definir metas de vendas, criar promoções e descontos atrativos, organizar a logística de entregas, investir em divulgação nas redes sociais e em outros canais de comunicação, além de garantir a qualidade do atendimento ao cliente”.

O TRABALHO – Os Microempreendedores Individuais (MEIs) compõem a maior parte das empresas brasileiras. Segundo dados do Ministério da Economia, o número total de CNPJ ativos no Brasil era de 20.191.920 no final de 2022. Destes, 14.820.414 estavam cadastrados como MEI, ou seja, 73,4 % do total de empresas formais do país. São quase 15 milhões de Microempreendedores Individuais formalizados.

Esses trabalhadores encontraram no MEI uma maneira de formalizar e facilitar seus empreendimentos, que muitas vezes podem ser realizados dentro da própria casa, através de um computador ou notebook, na cozinha fazendo doces, ou fazendo artesanatos, por exemplo. Desde então, a formalização como MEI vem sendo ano a ano o tipo de empresa com maior quantidade de novos negócios do Brasil.

Contudo, há milhares e milhares de empreendedores que ainda estão na informalidade em seus negócios – a base de sustento da família. Com isso, perdem em benefícios, aperfeiçoamento e, consequentemente, em faturamento.

Começar um negócio novo, só de olho no faturamento que o período festivo proporciona pode ser perigoso e coloca uma grande ideia em risco. A diferença de quem se planejou para abrir o próprio negócio para aqueles que começaram por impulso é o planejamento prévio. O consultor enfatiza que o planejamento oferece uma base sólida para o empreendimento.

“Quem se planeja tem uma visão mais clara dos objetivos, conhece melhor o mercado, entende os desafios e oportunidades, e tem mais chances de sucesso a longo prazo. Já quem começa por impulso pode enfrentar dificuldades por não ter analisado detalhadamente o mercado, a concorrência e as demandas do negócio”, complementa.

O SUCESSO – Para o comércio, o Natal é um dos eventos mais promissores do ano. A comemoração é um dos melhores períodos para vendas, e os empresários já estão se movimentando para faturar. A data mexe com o coração de muita gente, e os clientes se tornam mais dispostos a gastar com presentes para os familiares e amigos. Esta é a melhor época do ano para vender e consolidar clientes, tendo em vista que o clima natalino favorece a empatia e aumenta a procura por diversos produtos e serviços. Acredita-se que o período natalino deste ano será a data sazonal com mais vendas no varejo.

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revisou a previsão de crescimento das vendas do varejo de +2,0% para +2,4%, em 2023. Alinhada às expectativas positivas do varejo, as previsões da CNC para o Natal são de crescimento de, pelo menos, 5,0% nas vendas do setor, em 2023. Se confirmado, este seria o maior avanço desde 2013, quando as vendas cresceram 4,9%.

“O mercado de final de ano geralmente é promissor e tem boas expectativas, pois as pessoas tendem a aumentar o consumo nesse período, seja para presentear, decorar suas casas, ou celebrar as festividades. É um momento em que muitos negócios têm um aumento significativo nas vendas, especialmente em setores como varejo, alimentos, decoração e entretenimento”.

A CONSOLIDAÇÃO – E quando as festas e datas comemorativas terminam e o alvoroço do movimento de final de ano desacelera, ainda existem possibilidades e oportunidades de crescimento para quem escolheu esse caminho? O consultor do Sebrae/PR Willian Braga Tomaz acredita que há possibilidades de estender esse negócio para os outros meses do ano e garantir a sobrevivência do negócio no pós-festas.

“É importante que os empreendedores avaliem o mercado e identifiquem demandas que possam ser exploradas nesse período. Por exemplo, oferecer produtos ou serviços relacionados a organização pós-festas, promoções de produtos sazonais remanescentes, ou até mesmo investir em segmentos que têm demanda contínua ao longo do ano, como serviços de manutenção e reparos”, explica.

Jandir Ferrera de Lima pontua três elementos que o empreendedor deve dar atenção para o sucesso financeiro do negócio. O primeiro é o controle de todos os custos envolvidos na produção, para que o valor de venda não resulte em prejuízos; o segundo é o cuidado com o capital de giro, pois ele vai ajudar na sustentabilidade do negócio ao longo do tempo e evitar endividamentos; e o terceiro é a separação entre dinheiro pessoal e do negócio. “Em geral, pequenos e microempreendedores confundem aquilo que é despesa pessoal com o da atividade econômica. Outra dica é sempre buscar orientação. Em Toledo, o Sebrae e a Sala do Empreendedor têm ajudado muito na orientação dos micros e pequenos empreendedores”.

O consultor Braga Tomaz complementa que o Sebrae oferece diversos preparos e treinamentos para microempreendedores individuais que atuam em segmentos relacionados ao final do ano, como confecção de doces, panetones, decoração, lembrancinhas ou comidas tradicionais.

“Esses treinamentos podem incluir temas como gestão financeira, marketing digital, estratégias de vendas, boas práticas de higiene e manipulação de alimentos, entre outros. É importante consultar o Sebrae para saber quais são as opções disponíveis e participar dessas capacitações para aprimorar suas habilidades e conhecimentos no negócio. Além disso, receber atendimento individualmente para tratarmos das suas necessidades e interesses de forma direcionada e mais adequada”.

Atualmente, além do Sebrae e da Sala do Empreendedor, há alguns programas de capacitação e qualificação dos empreendedores. Recentemente, a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus Toledo, ofereceu capacitação gratuita para as mulheres empreendedoras no agro.

“Ou seja, sempre é importante buscar as oportunidades de capacitação, qualificação e a orientação profissional que são oferecidos no município. Há também linhas de crédito disponíveis tanto no sistema financeiro convencional quanto em organizações privadas e públicas, algumas intermediadas por cooperativas de crédito. Com isso, os empreendedores têm oportunidades de melhorar seu perfil de gestão, mas também de capitalização da sua atividade empresarial. Se informar e buscar alternativas de financiamento e gestão ajuda na sustentabilidade da atividade empresarial”, finaliza o economista Jandir.

Da Redação

TOLEDO

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