Brasil estreia no Mundial de atletismo em Kobe com recorde mundial, dois ouros e dobradinhas no pódio

O Brasil estreou no Mundial de atletismo em Kobe, no Japão, na noite desta quinta-feira, 16, mostrando já a sua força nas provas de pista. Logo no primeiro dia da competição, foram dois ouros, com um recorde mundial, e três pratas, sendo duas dobradinhas no pódio. O Mundial, que vai até 25 de maio, tem transmissão ao vivo do canal SporTV3.

A primeira dobradinha do Brasil no Mundial de atletismo em Kobe foi com os 5.000m da classe T11 (deficiência visual), com o sul-mato-grossense Yeltsin Jacques e com o paulista Júlio Agripino. Já a segunda veio no salto em distância T20 (deficiência intelectual), com a paulista Zileide Cassiano e a acreana Débora Lima. Com as cinco medalhas, o Brasil já largou na frente do quadro geral da competição. Nenhum outro país conquistou mais de uma medalha nesta manhã de provas em Kobe. 

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A primeira medalha dourada do dia foi do sul-mato-grossense Yeltsin Jacques, que manteve o título mundial de Paris 2023 ao completar a prova dos 5.000m T11 em 14min53s97. O atleta também estabeleceu o novo recorde mundial da disputa, que era de 14min55s39, do japonês Kenya Karasawa. Foi a quinta medalha do fundista que nasceu com baixa visão, em Campeonatos Mundiais de atletismo, sendo agora dois ouros, uma prata e dois bronzes desde Lyon 2013.

Felicidade

Na mesma prova, o paulista Júlio Agripino chegou na segunda colocação, com 14min57s70, e fez a dobradinha brasileira no pódio. Foi a melhor marca dele na carreira, que era até então de 15min07s21.

“Estou muito feliz, foi uma prova muito forte, com vários atletas fazendo suas melhores marcas da vida. Mas a gente conseguiu se sair bem. Tivemos muito controle na prova, largando mais atrás para depois impor um ritmo mais forte nos últimos 1.500 metros”, explicou Yeltsin, que contou com os guias Antônio Henrique Lima e Guilherme Santos na prova.

Dobraadinha

Do salto em distância da classe T20 (deficiência intelectual) saiu a segunda medalha de ouro do país no Mundial de atletismo. A paulista Zileide Cassiano teve os 5,80m como o melhor salto e terminou a disputa na primeira colocação. Em Paris 2023, ela havia sido prata na mesma prova com 5,97m.

Já a acreana Débora Lima, estreante em Mundiais de atletismo, ficou com a prata, ao saltar em 5,54m. A turca Fatma Altin completou o pódio, com a marca de 5,43m. Outra brasileira envolvida na prova, a potiguar Jardênia Felix ficou na quarta colocação nos critérios de desempate. Ela saltou os mesmos 5,43m da medalhista de bronze, porém, o segundo melhor salto definiu o pódio a favor da adversária.

“Não foi fácil não, estávamos um pouco nervosas. Mas uma apoiou a outra e conseguimos essa medalha e mais uma dobradinha para o Brasil”, comemorou Zileide, que teve diagnosticada a deficiência intelectual aos seis anos de idade.

Mais vitórias

A terceira prata do dia no Mundial de atletismo foi com o paulista Vinícius Quintino, o atleta mais novo da delegação brasileira com 17 anos, na prova dos 100m T72 (petra). Ele completou a distância em 17s54 e chegou atrás somente do italiano Carlo Calgani, que fez 15s39, o novo recorde mundial da prova. O lituano Deividas Podobajevas ficou com o bronze, com 17s82. Em Paris 2023, Quintino havia conquistado o bronze na mesma disputa.  

Também na primeira sessão de provas do Mundial foram disputadas as classificatórias dos 100m T47 (amputados de braço). O paraibano Petrúcio Ferreira venceu sua bateria e avançou com o melhor tempo geral da disputa, com 10s82, enquanto o carioca Washington Nascimento Júnior se classificou com a oitava marca – 11s15. A prova decisiva acontece às 7h desta sexta-feira, 17.

O Mundial de atletismo no Japão acontece no mesmo ano dos Jogos Paralímpicos de Paris 2024 após o Comitê Organizador Local (LOC, na sigla em inglês) solicitar ao Comitê Paralímpico Internacional (IPC, em inglês) o adiamento do Mundial, que seria em 2021, devido à pandemia de coronavírus. Com isso, a cidade japonesa sediará o evento de atletismo no ano posterior ao Mundial de Paris 2023, quando o Brasil teve seu melhor desempenho na história em Mundiais. Foram 47 medalhas no total, sendo 14 ouros, 13 pratas e 20 bronzes.

Ao todo, serão 1.069 atletas de 102 países que vão competir em provas de pista e campo no estádio Kobe Universiade Memorial Stadium. Pelo Brasil, são 46 atletas e 10 atletas-guia que representam o país na competição.

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