Moradores do Complexo do Salgueiro retiram 8 corpos de mangue após operação policial
A retirada dos corpos foi feita pelos próprios moradores. Bombeiros e policiais militares não foram vistos no local nas primeiras horas desta segunda. Os policiais civis, por sua vez, chegaram ao local apenas na metade da manhã.
Segundo a corporação, agentes da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSG) estiveram no local realizando a perícia. As equipes também realizaram as primeiras diligências na região em busca de testemunhas e outras pistas para esclarecer a dinâmica das mortes.
De acordo com a PM, policiais militares foram atacados nas proximidades do manguezal no domingo e houve intenso confronto. Por volta das 15h, uma equipe do Samu foi acionada para auxiliar um homem ferido na favela, e criminosos armados obrigaram que ele fosse retirado do local.
A retirada dos corpos na manhã desta segunda foi registrada pelo helicóptero da TV Globo. Ao Estadão, a Polícia Militar informou que “dará início a uma ação no local e permanecerá na região a fim de garantir o trabalho de perícia da Polícia Civil”.
PM e Ministério Público vão apurar o caso
A Polícia Militar informou que instaurou um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar a operação do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) no Complexo do Salgueiro.
Além do IPM, o Ministério Público do Rio (MPRJ) informou que a 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada do Núcleo Niterói e São Gonçalo também está acompanhando as diligências no local “e tomará as medidas cabíveis”. O MPRJ afirmou que a operação do Bope “foi regularmente comunicada pela Polícia Militar ao MPRJ”.
A Defensoria Pública, por sua vez, informou que irá ao Complexo do Salgueiro na tarde desta segunda e irá se pronunciar apenas depois de conversar com moradores e acompanhar o trabalho da perícia.
Observatório contabiliza 38 chacinas no Rio neste ano
Dados da Rede de Observatórios da Segurança apontam que, até o mês de outubro, o Rio de Janeiro registrou 38 chacinas, quatro a mais do que 2020. A Rede informou ainda que 27 delas foram cometidas por policiais, com 128 mortes registradas.
Em maio, 28 pessoas foram mortas – sendo uma delas um policial civil – após ação da polícia na favela do Jacarezinho, na zona norte do Rio. A ação ainda é investigada e teve fortes indícios de execução. Até o momento, dois agentes que participaram da ação se tornaram réus.
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