Ministério da Saúde adia decisão sobre vacinação infantil contra covid-19
A imunização de crianças e adolescentes dos 5 aos 11 anos foi aprovada no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na última quinta-feira, quando a autarquia concedeu permissão para que a Pfizer acrescentasse esta faixa etária na bula da sua vacina contra a covid-19. Um dia depois, Queiroga afirmou que a decisão não era “consensual” e precisaria debatê-la com outros órgãos, como o Conselho Nacional de Justiça.
“Nós queremos discutir esse assunto de maneira aprofundada, porque isso não é um assunto consensual. Há aqueles que defendem, há os que defendem de maneira entusiástica, há os que são contra, então a gente tem que discutir”, disse, em entrevista na porta do ministério.
Mesmo com aval da Anvisa, cabe ao governo federal fazer a compra das vacinas pediátricas contra covid e decidir sobre sua inclusão no Programa Nacional de Imunização (PNI). A vacinação de crianças encontra respaldo nas evidências apresentadas até aqui pela Pfizer, que passaram por escrutínio de diferentes agências reguladoras internacionais.
No Brasil, especialistas da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), da Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI) e da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) participaram como consultores externos da análise realizada pela Anvisa e atestaram sobre a segurança e eficácia da imunização nesta faixa etária.
O aval da Anvisa também foi criticado pelo presidente Jair Bolsonaro, que durante sua live semanal voltou a assumir tom negacionista contra a imunização e ameaçou divulgar “extraoficialmente” os nomes dos servidores responsáveis pela autorização. Há pouco mais de um mês, funcionários da agência foram alvos de pelo menos duas ameaças de morte direcionadas à imunização de crianças.
Ainda na sexta, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, ordenou que o governo federal anunciasse uma decisão sobre a vacinação nesta faixa etária em 48 horas.
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