Mercado em alta: festividades movimentam setor da costura
As festividades de fim de ano fomentam o mercado da moda. Muitas festas de casamento, bodas, aniversários, formaturas que tinham previsão para 2020 e 2021 estão sendo realizadas neste ano. Esses ‘sonhos’ fomentam a economia, os setores ligados a realização de eventos e também a parcela de profissionais que atua ‘ponto a ponto’, com ‘mãos firmes para o corte’, ‘alinhavando o tecido’ e colocando as máquinas para costurar.
“O trabalho mudou drasticamente em março de 2020”, recorda a costureira Aparecida Santos. “Com o avanço da Covid-19, o município e o Estado adotaram medidas restritivas, isso resultou no cancelamento de atividades festivas, nós pequenos artesãs, costureiras sentimos o impacto diretamente em nossa renda mensal”.
Aparecida destaca que, na época, a classe enfrentou mudanças na rotina de trabalho, pois além de ter pouco movimento a confecção de peças finas foi substituída por consertos e ajustes de roupas do cotidiano, além da costura de máscaras. Com mais de 20 anos na área da costura, ela reforça que o período profissional com mais dificuldades que ela já viveu.
“Diante de todo aquele cenário de incertezas, o foco era cuidar da saúde, mas como a costura é minha principal fonte de renda, eu tive que reinventar-me. Até promoção de pijamas eu fiz, como era algo que as pessoas estavam usando muito, já que ficavam em casa, foi com essas ideias que fui acertando e errando. Contudo, o período foi bem aproveitado no sentido da busca por aperfeiçoamento e ideias que, aos poucos, estou colocando em prática”.
COSTURA EM ALTA – Aparecida destaca que, desde meados do ano passado, o trabalho voltou a ser amplamente solicitado. Ela pontua que o aumento gradual na confecção e no aluguel de roupas de festas é reflexo do retorno das festividades e, desde então, o mercado tem reagido bem.
“Agora é tempo de ‘colocar a mão no tecido’”, brinca a costureira. “Estou trabalhando para dar atendimento para todas as clientes, ajustando horários de trabalho, consultorias antes de adquirir a peça, enfim, colocando em prática todo o meu conhecimento”.
Conforme a costureira, a procura aumenta significativamente no período de fim de ano. “Muitos casamentos, confraternizações, entre outras festas acontecem em novembro e dezembro. Vivemos agora a demanda que vivíamos em 2019, ou seja, movimento, procura por atendimentos e reflexo no mercado”, comemora a costureira.
‘Dom em prática’: costurar amplia renda familiar
Para costurar é preciso técnica, equipamentos, matéria-prima, criatividade e dedicação. No período crítico de pandemia, diversos profissionais da área da costura passaram a ofertar cursos e consultorias on-line. A iniciativa foi uma forma de ampliar a renda de quem já atuava no setor e uma oportunidade para novos empreendedores.
“No ano passado, eu ainda era uma aprendiz, hoje, já atuo no ramo”, fala com alegria e satisfação a costureira, Rosana Alves. “Quando era mais jovem, fiz um curso de corte e costura, até ganhei uma máquina para iniciar os trabalhos, mas com o nascimento de meu primeiro filho escolhi cuidar da família e não ter nenhuma atividade extra”.
Com os filhos maiores e os desafios da pandemia, Rosana ‘desenterrou’ o dom pela costura. Buscou cursos on-line e durante 2020 e 2021 investiu na profissionalização. Ela conta que ainda no ano passado começou a fazer consertos das peças de todos os parentes, dos amigos, dos vizinhos e iniciou a confecção e peças inteiras.
“Entre erros e acertos, vejo que estou cada vez mais apaixonada pela costura. Esse universo de cores, de customização, de inovar nas peças permite ousar da criatividade. É um ramo que sempre tem demanda, que exige aquele olhar exclusivo, pois visa atender os desejos específicos de cada cliente, ou seja, de cada pessoa que precisa desse tipo de serviço”, relata.
AUXÍLIO NA RENDA FAMILIAR – Rosana conta que com a chegada da pandemia, o marido – que trabalha como autônomo – teve problemas de saúde e redução na carga de trabalho. Essas dificuldades fizeram com que a família buscasse alternativa de obter uma renda extra e a costura foi o caminho.
Na nova reestruturação econômica, a costureira relata que foi vendida e antiga máquina de costura e comprada uma mais moderna. Para divulgar seu trabalho, ela usou as redes sociais e os grupos de WhatsApp. Segundo Rosana, tudo tem dado certo.
“Retomar essa paixão permitiu ampliar nossa geração de renda, foi o que nos ajudou muito, principalmente neste ano, que já estou com uma cartela mais ampla de clientes e com uma confecção de peças mais elaboradas. Aproveitei um momento de dificuldade para fazer algo que gosto e que contribui na economia local”, conclui.
Da Redação
TOLEDO