Livre, motorista Robson diz que só bebia água, chorava e dormia na prisão russa

Foram mais de dois anos de sofrimento atrás das grades na Rússia. Libertado na semana passada, o motorista Robson Nascimento de Oliveira, de volta ao Brasil, revelou que sua rotina na prisão russa era beber água, dormir e chorar. O ex-funcionário do volante Fernando, atualmente no Beijing Guoan, da China, foi preso após ser flagrado transportando uma mala com o medicamento Mytedon (cloridrato de metadona), proibido no país europeu.

O motorista estava em mais um dia de trabalho normal na casa do jogador quando um familiar o chamou para ir prestar depoimento na delegacia. Robson não tinha ideia sobre o motivo exato e jamais imaginou que seria detido por ter carregado as malas para a família do atleta. Acabou preso e surpreendido com declaração de Fernando e sua esposa alegando desconhecimento sobre o conteúdo da mala.

Com auxílio do governo brasileiro, ele foi libertado na última terça-feira. Um dia depois desembarcou no Rio e se reencontrou, emocionado, com os familiares. Neste domingo, ao Esporte Espetacular, ele falou sobre o pesadelo vivido nos últimos 26 meses preso na Rússia.

“Era complicado! Houve vários pedidos de soltura para que eu respondesse em liberdade e nunca houve nem um mais ou menos. Era sempre não”, lembrou. “Por conta do fuso horário, só bebia água, dormia e chorava. As horas em que eu estava acordado, eu estava chorando”, disse.

Fernando não ajudou a defensor Robson, que mesmo com auxílio brasileiro, acabou cumprindo longo tempo de prisão. “Eu só pensava em sair dali. Só queria sair, independentemente do que eu estava sentindo. Eu nunca perdi a esperança, porque eu era inocente”, enfatizou o motorista.

Robson perdeu quase 20 quilos no período de detenção e agora espera recuperar o tempo perdido ao lado dos familiares. Flamenguista, ele visitou o clube da Gávea durante a semana e recebeu presentes.

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