Leis consolidam a vocação turística de municípios paranaenses
Se Curitiba é a Capital Ecológica, Apucarana é conhecida como a Capital do Boné e Marialva a Capital da Uva Fina. Esses “títulos” não são apenas privilégio dessas cidades, mas de centenas de outros municípios paranaenses. Tudo graças a leis aprovadas no Poder Legislativo que surgem a partir da vocação de cada região. Na prática, é uma espécie de identidade. No caso da vocação turística, para identificar qual a mais apropriada para o turismo local, são explorados os elementos culturais, históricos, folclóricos, religiosos e comportamentais. Além disso, o deputado que vive na região, conhece bem o potencial que ela tem para conceder a titularidade.
Como todas as regiões do estado têm representantes na Assembleia Legislativa, são diversas leis já aprovadas por eles e pelos que já passaram pelo Poder Legislativo, que reconhecem as vocações produtivas ou turísticas da grande maioria das 399 cidades paranaenses, consolidando as suas características.
Para “merecer o título”, leva-se em consideração ainda as paisagens, recursos naturais, atividades e até os costumes dos moradores. Também é importante lembrar que, com a regulamentação, os municípios, o próprio Governo do Estado e a iniciativa privada adotam políticas públicas voltadas às atividades turísticas, incrementando o setor, gerando emprego, renda e divisas para a região. A vocação turística de um município representa a sua força econômica, o que contribui para potencializar seu desenvolvimento.
Mais exemplos
Distante 580 km de Curitiba, Santa Mônica, na região Noroeste, é reconhecida por lei estadual como a Capital Estadual do Abacaxi. O município é um dos maiores produtores de abacaxi do Paraná e do Brasil. E, diferente da fruta de outros estados, as da cidade são doces e suculentas. Por isso, têm ganhado mercado fora do país. “O reconhecimento do Município como Capital do Abacaxi trará mais visibilidade à Santa Mônica, fomentando o desenvolvimento local, bem como incentivando os pequenos agricultores a optarem por esta cultura capaz de gerar renda para os pequenos municípios”, disse o deputado Delegado Fernando Martins (PSL), autor do projeto que concedeu o título à cidade.
E que tal o título de Capital Paranaense Polonesa ao município de São Mateus do Sul? E com direito a inserção no Calendário Oficial de Eventos no Estado do Paraná da Festa Tradyejie Polskie, que acontece todos os anos no último sábado do mês de agosto. E não é para menos: a cidade tem uma população de mais de 40 mil habitantes, e a maioria é descendente dos imigrantes poloneses do século XIX. Ou então o título de Capital da Cerveja ao município de Ponta Grossa?
“Ponta Grossa sempre teve sua história ligada à cerveja, desde o final do século XIX, com a famosa Cervejaria Adriática, até os dias de hoje, onde concentra um grande polo cervejeiro”, lembrou o deputado Plauto Miró Guimarães (DEM), autor do projeto que concedeu o título de Capital da Cerveja ao município. “O município se destaca no cenário nacional cervejeiro com opções que vão desde produções em larga escala até produtos artesanais”, completou.
Pertinho dali está Cruz Machado, que foi transformada, por lei estadual em Capital Estadual da Erva-mate Sombreada. O município é referência no país pela produção e pela qualidade do produto, matéria-prima do chimarrão, e considerado um dos mais requintados do país. Enquanto isso, o café dá destaque ao município de Mandaguari, que recebeu da Assembleia Legislativa o título de Capital do Café do Norte Central do Paraná. Sem falar de Pato Branco, agraciada pelos parlamentares com o título de Capital Tecnológica e Inovadora do Estado do Paraná. A lista é gigantesca. Certo mesmo é que com tantas vocações e legislações, estratégias para o desenvolvimento econômico dos municípios não faltam.
O Paraná no Mapa do Turismo
Estar no Mapa do Turismo do Ministério do Turismo significa mais que um título ou uma categoria. Serve como um instrumento de acompanhamento do desempenho das economias turísticas locais. Além disso, ele subsidia a priorização de investimentos por programas do Ministério, incluindo ações de infraestrutura, qualificação profissional e promoção dos destinos, observando características peculiares de demanda e vocação turística. De acordo com o mapa, são 217 municípios e 14 regiões turísticas paranaenses na lista. Mesmo que alguns deles não possuam fluxo turístico nacional e internacional expressivo, assumem papel importante no turismo regional e, com as leis regulamentadas, também conseguem buscar apoio para a geração e formalização de empregos e estabelecimentos de hospedagem.
O termo
Vocação, do latim vocare (em português „chamar‟), é aquilo que se tem aptidão para fazer; ou seja, inclinação natural para exercer uma determinada atividade. Considerando-se a cidade, em um primeiro plano, como um produto da soma das aptidões naturais e dos interesses de seus habitantes, permite-se concluir que a cidade também possui vocação própria, um espírito, que move seu crescimento.
Da ALEP
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