Jonathas de Andrade vai para a Bienal de Veneza
“O artista Jonathas de Andrade busca em seus trabalhos a ideia de uma cultura autenticamente popular”, justificou Crivelli Visconti, nomeado curador da representação brasileira da bienal italiana de 2022. “O corpo, principalmente masculino, é o eixo norteador para abordar temas como o universo do trabalho e do trabalhador, e a identidade do sujeito contemporâneo, por meio de metáforas”, conclui o curador da 34ª Bienal de São Paulo.
Jonathas de Andrade, ao comentar sua escolha para a bienal italiana, declarou que está trabalhando em uma instalação inédita seguindo o tema proposto pela Bienal de Veneza de 2022. “O convite é uma surpresa e uma honra, mas, antes de tudo, um desafio pela responsabilidade diante do quadro de complexidades cruciais que o país enfrenta.”
Com curadoria de Cecilia Alemani, a 59ª edição da Bienal de Veneza de 2022 toma seu título emprestado do livro The Milk of Dreams, da artista surrealista britânica Leonora Carrington (1917-2011). Para Alemani, “a artista descreve um mundo mágico em que a vida é constantemente repensada através do prisma da imaginação, e onde todos podem mudar, ser transformados, tornar-se outra coisa e outra pessoa”.
Um dos projetos mais conhecidos de Jonathas de Andrade é o conjunto de trabalhos chamado Museu do Homem do Nordeste, concebido como possível contraponto ao museu antropológico criado em 1979 pelo sociólogo Gilberto Freyre, ainda existente na cidade do Recife. Enquanto o museu original revisa a história colonial e a identidade da região a partir de uma reunião de artefatos e objetos históricos, o museu de Andrade desloca seu olhar para as pessoas, enfatizando as relações de poder e de classe entre elas na história.
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