Invisibilidade e registro civil é tema da Redação do Enem 2021

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, divulgou na tarde deste domingo, 21, o tema da Redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2021. Candidatos terão de escrever sobre “Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil”. A aplicação do primeiro dia começou às 13h30 e deve seguir até as 19 horas deste domingo, 21. Além da Redação, os candidatos respondem a questões de Linguagens e Ciências Humanas.

A proposta de Redação é acompanhada de textos de apoio aos candidatos, que ainda não foram divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão responsável pela prova. Professores de Língua Portuguesa elogiaram a proposta.

“É um tema considerado tranquilo para os alunos e é uma importante discussão já que muitas pessoas não conseguem ter acesso ao registro civil ainda. Falamos em analfabetismo digital, desemprego, sendo que muitas pessoas não conseguem ter acesso a direitos mais básicos porque não são reconhecidas pelo Estado”, diz Thiago Braga, autor de Língua Portuguesa do Sistema de Ensino pH.

O Enem 2021 tem medidas de segurança contra a covid- 19. Assim como na edição de 2020, o uso de máscara facial é obrigatório desde a entrada até a saída do local de provas. Participantes que estejam com covid-19 ou com outras doenças infectocontagiosas não devem comparecer ao exame e podem solicitar a reaplicação na Página do Participante.

Exame ocorre em meio à crise no Inep

No próximo domingo, 28, os participantes fazem as provas de matemática e ciências da natureza. A aplicação do Enem deste ocorre em meio a uma crise no Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que organiza o exame. Trinta e sete coordenadores pediram demissão coletiva neste mês, o que expôs a instabilidade no órgão.

Somou-se a esse cenário a declaração do presidente Jair Bolsonaro, que disse que a prova estava começando a ter a sua cara. O Estadão revelou na semana passada que, em uma intervenção inédita, a gestão federal selecionou questões e quis driblar regras de acesso ao conteúdo da prova.

O exame é aplicado neste domingo para 3,1 milhões de estudantes que tiveram a inscrição confirmada. É o menor número de participantes desde o ano de 2005, o que expôs a dificuldade de acesso igualitário à educação em um ano marcado pela pandemia e pelo agravamento das condições socioeconômicas.

Veja os temas de Redação dos anos anteriores

1998: Viver a aprender

1999: Cidadania e participação social

2000: Direitos da criança e do adolescente: como enfrentar esse desafio nacional?

2001: Desenvolvimento e preservação ambiental: como conciliar os interesses em conflito?

2002: O direito de votar: como fazer dessa conquista um meio para promover as transformações sociais de que o Brasil necessita?

2003: A violência na sociedade brasileira: como mudar as regras desse jogo?

2004: Como garantir a liberdade de informação e evitar abusos nos meios de comunicação?

2005: O trabalho infantil na realidade brasileira

2006: Poder de transformação da leitura

2007: O desafio de se conviver com a diferença

2008: Amazônia

2009: O indivíduo frente a ética nacional

2010: O Trabalho na Construção da Dignidade Humana

2011: Viver em rede no século XXI: Os limites entre o público e o privado

2012: O movimento imigratório para o Brasil no século XXI

2013: Efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil

2014: Publicidade infantil em questão no Brasil

2015: “A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira

2016: Caminhos para combater a intolerância religiosa

2017: Desafios para a formação educacional de surdos

2018: “Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet

2019: Democratização do acesso ao cinema no Brasil

2020: “O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira

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