Inadimplência: como sair das dívidas e melhorar o orçamento doméstico

Entre uma compra, uma promoção ou uma saidinha no fim de semana, o orçamento doméstico vai apertando a medida que a fatura do cartão de crédito aumenta. Não tem jeito. Se o gasto é maior que a receita, a conta não fecha e restam as dívidas que tiram o sono de qualquer um.

Contudo, o ‘deixar para depois’ tem sido uma escolha cada vez mais frequente do brasileiro. O endividamento no país sempre foi alto. Tem uma questão cultural, uma facilidade de só clicar em um botão ou passar o cartão, com crédito fácil. Antes da pandemia, o endividamento estava na faixa de 60%. Com a pandemia, ele aumentou.

Apesar de 95,1% da população do estado do Paraná possuir algum tipo de dívida, segundo a Fecomércio-PR, o atraso no pagamento das contas atingia apenas 18,2% das famílias no mês de julho. Contudo, a inadimplência é um assunto que preocupa, mesmo o índice atingindo um dos menores patamares dos últimos anos.

FATORES – Segundo o economista Jandir Ferrera de Lima, a principal causa do endividamento familiar são: descontrole de gastos, imprevistos de saúde, dificuldades em administrar as despesas, taxas de juros muito elevadas que encarecem o crédito, dificuldade de acesso a linhas de crédito, renda insuficiente para fazer frente as despesas mensais, entre outras.

Contudo, as despesas fixas como alimentação energia e saneamento cresceram muito nos últimos anos, e o rendimento das famílias não acompanhou a alta exagerada de alguns preços.

“Atualmente, mais de 40% da renda das famílias está comprometida com alimentação. Acrescenta se as despesas com energia e saneamento e a renda das famílias fica ainda mais comprometida. Para aquelas famílias que pagam aluguel o comprimento de renda fica ainda mais significativo”, comenta.

VILÕES – Alguns vilões do endividamento acabam deixando a conta no vermelho e tirando as noites de sono. Lima pontua que atualmente, uma parcela significativa do endividamento individual se dá no cartão de crédito. Mas há outros endividamentos que atingem o grupo familiar, como o parcelamento de compras, o cheque especial, o consumismo, a falta de planejamento, ausência de metas de economia, além do crédito imobiliário e as despesas com plano de saúde.

“O perfil das famílias brasileiras que endividadas e com inadimplência estão na faixa até de até dois salários mínimos, porém o endividamento atinge todas as classes de renda. O diferencial está na capacidade de negociação e acesso a linhas diferenciadas de crédito, que é menor nas classes de menor renda. O cartão de crédito é ainda o principal instrumento de parcelamento das famílias. Porém, a inadimplência nessa modalidade de crédito leva ao pagamento das maiores taxas de juros do mercado”, esclarece o economista.

SAÍDA – E na prática, como diminuir a inadimplência? Felizmente, existem algumas dicas que podem ajudar as famílias a quitarem seus débitos e lidar com um orçamento mais tranquilo. O economista cita alguns deles. “Os programas de educação financeira, ações de crédito consciente, taxas de juros diferenciadas por faixa de renda, oferta de microcrédito são ações que podem ajudar as famílias de baixa renda que necessitam acessar o parcelamento e/ou quitar dívidas”, conclui.

Da Redação

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