IGP-M: alto índice movimenta negociações entre locadores e inquilinos
Quem paga aluguel levou um susto com os reajustes neste ano. O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), usado como principal indicador para o reajuste dos contratos fechou 2020 em 23,14%. A taxa ainda avançou 2,58%, acumulando alta de 25,71% de fevereiro de 2020 a janeiro de 2021 e reforça a necessidade de negociação de valores e condições entre locador e locatário.
Em Toledo, o impacto desse reajuste foi sentido pelos inquilinos. A coordenadora do Núcleo de Imobiliárias de Toledo Adriana Regina Zanatta conta que a maioria dos clientes ficou surpresa ao receber o boleto com este índice do reajuste mais alto. No entanto, grande parte dos proprietários se mostrou disposta a negociar este índice para um percentual mais adequado para o momento, dando uma média em torno de 10%.
“Alguns poucos proprietários foram irredutíveis e não concederam desconto algum no índice, o que acarretou em algumas desocupações, mas não a ponto de perdermos um número significativo de inquilinos por conta disto”, esclarece.
A pandemia da Covid-19 afetou todos os setores da economia e com os aluguéis não seria diferente. No entanto, Adriana pontua que esse setor não ficou desaquecido neste período. “Temos que levar em conta também que a moradia é uma primeira necessidade e as pessoas não deixaram de procurar por imóveis, mas o que ocorreu foi a busca por imóveis um pouco mais baratos”.
Utilizado para reajustar os contratos de aluguel no meio imobiliário, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) envolve uma série de fatores para ser calculado. Adriana explica que essa diversidade ajuda a perceber que ele é muito relevante. “Na prática, acaba funcionando como um indicador macroeconômico. Por isso, é possível ter uma noção do estado atual da economia brasileira e da inflação por meio dele”.
O ÍNDICE – O economista Jandir Ferrera de Lima explica que o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) é calculo entre o dia 20 de cada mês. Nesse período de tempo a Fundação Getúlio Vargas (FGV) que estima o IGP-M, utiliza como parâmetro o preço dos alimentos, o preço do vestuário e o preço do transporte que são três itens que pesam muito no bolso do trabalhador.
E apesar do IGP-M ser utilizado como parâmetro para corrigir os valores dos aluguéis, não significa que esse valor vai ser embutido em todos os contratos. “Existem alugueis que valem a livre negociação entre as partes, locador e locatário. Há também outro fator importante que deve ser considerada a realidade do mercado da cidade”.
O economista explica que existem cidades com uma oferta muito grande de imóveis e isso faz com que o proprietário do imóvel não tenha condições de reajustar o preço do aluguel no valor integral do IGP-M. Já em outras cidades, com outras características do mercado imobiliário, pode valer outro tipo de negociação.
“No caso particular de Toledo vale lembrar alguns fatores e o primeiro dele é que a cidade aumentou, consideravelmente, a oferta de imóveis, especialmente de apartamentos como quitinetes. Segundo fator é o aumento considerável das ofertas de móveis populares para a venda e financiamento, e o terceiro elemento é que, com a pandemia, muitas pessoas que locavam imóveis, principalmente estudantes, voltaram para a sua cidade de origem. Isso fez com que muitos bairros da cidade de Toledo não tivessem aumento significativo no preço dos alugueis. O preço está de certa forma estável”, conclui Lima.
Da Redação
TOLEDO
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