‘Homem mais forte do mundo’, pesista georgiano tenta confirmar favoritismo
No currículo tem o tetracampeonato mundial (2015/17/ 18/19), cinco títulos europeus e o ouro nos Jogos do Rio, em 2016. “Ele é o Usain Bolt ou o Michael Phelps do levantamento de pesos”, compara o brasileiro Fernando Reis, que é da mesma categoria, mas não vai poder competir na Olimpíada porque foi pego no exame antidoping.
Lasha tem 20 recordes mundiais, o mais recente conquistado em 11 de abril, no Campeonato Europeu em Moscou, na Rússia, quando levantou um total de 485 kg, incluindo o somatório de arranco e arremesso.
Ele também obteve uma façanha em 2019 ao superar em um quilo o recorde mundial no arremesso do iraniano Hossein Rezazadeh (263 kg), que já durava mais de 15 anos e era da Olimpíada de Atenas-2004. Com isso, Lasha passou a ter todas as marcas mais expressivas da modalidade e a cada evento importante aumenta um pouco mais o sarrafo.
A explicação está também em seu tamanho. Por ser muito alto, ele também pode ser mais pesado e com isso consegue movimentar volume maior de peso. Obviamente que existe força e técnica envolvidas, não adianta apenas ser muito grande e pesado. Até porque no levantamento de pesos é preciso fazer os movimentos de maneira plástica.
No Campeonato Europeu, quando quebrou dois recordes mundiais (arranco e total), Lasha levantou 485 kg. O segundo colocado, o armênio Gor Minasyan, fez 464 kg. O bronze ficou com Varazdat Lalayan, também da Armênia, com 445 kg. Já no Mundial de 2019, na Tailândia, Lasha levantou 484 kg. A prata ficou também com Minasyan, com 460 kg.
Ou seja, a diferença vem sendo muito grande entre o campeão e seus principais adversários. O brasileiro Fernando Reis é o recordista das Américas no levantamento de pesos e tem como melhor marca na carreira 440 kg, conquistada no Mundial de Anaheim, nos Estados Unidos. Neste mesmo evento Lasha fez 477 kg.
Por influência do pai, que praticava a modalidade, Lasha iniciou no levantamento de pesos ainda criança. Foi então apresentado ao técnico Giorgi Asanidze, com quem está até hoje – na época ele era também atleta.
Um momento ruim na carreira da estrela esportiva da Geórgia foi em 2013, quando tomou uma suspensão de dois anos porque testou positivo para Estanozolol, um esteroide anabolizante.
Voltou a competir em outubro de 2015 e conseguiu disputar o Mundial em Houston, nos Estados Unidos, que foi realizado entre 19 e 28 de novembro. Acabou ficando na segunda posição, atrás do russo Aleksey Lovchev. Só que o campeão acabou sendo pego no doping e Lasha herdou a medalha de ouro do campeonato.
Todo esse sucesso fez com que Lasha fosse alvo de outros países para mudar de nacionalidade visando às competições. Mas em todas as vezes ele recusou as propostas e já avisa que vai sempre defender a Geórgia. “Eu recebo muitas ofertas para mudar de cidadania, mas não quero. Adoro ouvir o hino do meu país no pódio.”
Lasha deve mais uma vez ouvir a música da Geórgia nos Jogos de Tóquio. Ele compete nesta quarta-feira, às 7h50 (horário de Brasília) e, ao que tudo indica, a questão que fica não é se ele será novamente campeão olímpico e sim quanto conseguirá levantar de peso em sua participação no Japão.
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