Golpes virtuais: confirmar informações ajuda a não se tornar vítima

Muitos golpistas acreditam que a internet é uma ‘terra sem lei. Contudo, as fraudes praticadas na web podem ser consideradas crimes cibernéticos. O mundo virtual está em crescimento exponencial, da mesma forma, infelizmente, os criminosos também se adaptaram e colocam em prática novos tipos de fraudes.

Segundo o advogado, Carlos Papi, com as novas tecnologias disponíveis em grande escala, os golpes virtuais também se aperfeiçoam e, consequentemente, podem vir a atingir um número exponencial de vítimas. “Neste sentido, os golpes virtuais mais comuns são aqueles aplicados mediante clonagem de número de telefone. Muitas vezes, o golpista sequer chega a duplicar o número de contato, mas se passa por um conhecido específico da vítima, levando-a a crer que se trata de pessoa de sua confiança”, relata.

Outro exemplo citado pelo advogado, são as falsas promoções em sites da Internet ou premiações de sorteios fakes em redes sociais. Recentemente, um golpe que tem se tornado frequente é o do PIX, onde os golpistas se passam por conhecidos ou instituições, solicitando transferências via PIX com urgência, induzindo a vítima ao erro.

QUALQUER PODE SER VÍTIMA

Mesmo com a veiculação de alertas, os golpes acontecem porque as vítimas existem. “As justificativas para as pessoas caírem em golpes virtuais normalmente são as mesmas: a confiança que a vítima deposita na informação que lhe foi repassada. Não necessariamente se trata do grau de instrução da vítima ou sua faixa etária, pois é bastante comum o credo do indivíduo na famosa frase ‘nunca vai acontecer comigo’. A falta de confirmação da vítima em relação às informações que lhe foram passadas geralmente é o principal fator para o fato ocorrer. No caso do golpe do PIX, a sensação de urgência criada pelos golpistas faz com que as vítimas ajam rapidamente sem verificar a veracidade das solicitações”, alerta.

De acordo com a análise de Papi, as características das vítimas não definem, integralmente, a ocorrência de golpes virtuais. As fraudes podem acontecer com absolutamente qualquer cidadão, justamente pela disponibilidade do mundo virtual atualmente.

“Conforme dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2023, em 2022, foram 151,6 mil casos por mês ou 208 golpes por hora. No entanto, de acordo com dados obtidos por meio da Coordenação de Repressão aos Crimes contra o Consumidor, Ordem Tributária e Fraudes (CORF), o quadro das vítimas, em relação à faixa etária, mostra que 51,46% são mulheres, e dessas, 15% estão acima de 59 anos; já os homens correspondem a 45%, dos quais 5,3% estão acima de 60 anos. Pessoas idosas, especialmente, são mais suscetíveis aos golpes do PIX devido à falta de familiaridade com as novas tecnologias”, declara.

COMO EVITAR OS GOLPES VIRTUAIS

A principal dica para evitar cair em um golpe virtual, segundo o advogado, serve, de igual modo, para muitas ações da vida cotidiana: confirme as informações que você está recebendo, isto é, valide o conteúdo através de uma segunda via. Por exemplo, se a possível vítima receber uma mensagem de um conhecido que, habitualmente, não lhe pediria dinheiro emprestado, ligue para o número que você conheça deste contato e confirme a situação.

“Em outro cenário, quando visualizar uma promoção que beira a estranheza de tão proveitosa que parece, se informe, diretamente, com o suposto estabelecimento que esteja ofertando. Atualmente, é muito comum que as redes sociais, bancos e outros serviços diversos, via Internet, ofereçam sistema de ‘autenticação em dois fatores’, recurso este que acrescenta uma camada adicional de segurança ao usuário, evitando de maneira expressiva a ocorrência de golpes e afins. No caso do PIX, nunca faça transferências urgentes sem confirmar a solicitação diretamente com a pessoa ou instituição”, orienta.

CAI EM UM GOLPE, O QUE FAZER?

Papi pontua que a primeira medida a se fazer ao cair em qualquer golpe é manter a calma e agir com realismo, o desespero, apesar de justificado, não contribuirá para a solução do problema. Ao perceber a aplicação do golpe, a vítima deve procurar uma unidade da Polícia Civil para registrar um Boletim de Ocorrência e, a depender do caso, buscar um advogado de sua confiança para resolver eventuais complicações.

No caso de golpes financeiros, é crucial também entrar em contato com o banco imediatamente para tentar reverter a transação ou bloquear contas envolvidas.

SEMPRE EM ALERTA

Os avanços do mundo virtual são muito benéficos para a população. O advogado relata que a praticidade e comodidade de aplicativos online, tanto de sistemas bancários quanto redes sociais, mensagens instantâneas e afins, já são uma realidade que não podemos mais fugir. No entanto, como toda boa consequência, as tecnologias virtuais também podem ser utilizadas como ferramentas de crimes, a exemplo: a aplicação de golpes.

“Não devemos demonizar os instrumentos virtuais a depender da má intenção de seus usuários, sendo certo que cabe a cada um usar e dispor dos meios com boa conduta. Como já explorado, a principal forma para evitar cair em um golpe virtual serve, de igual modo, para muitas ações da vida cotidiana, isto é, sempre confirmar as informações que você está recebendo e validar o conteúdo através de uma segunda via. O famoso ditado ‘o seguro morreu de velho’ nunca foi tão atual quanto agora, neste mundo virtual e globalizado em que vivemos”, finaliza.

Da Redação

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