Game da USP ensina sobre fake news e ambiente
Em Game ON, os alunos têm de criar um jogo online que trate de temas da atualidade, especialmente fake news e meio ambiente, de modo a estimular o público a pensar em soluções. O produto final vai integrar uma plataforma que ficará à disposição para professores da rede pública que queiram usá-lo em turmas de ensino médio.
Aberta a todos os cursos da universidade, a disciplina vai dividir os alunos em grupos multidisciplinares, com integrantes de diversas áreas do conhecimento. Eles terão de entrar em acordo e criar um personagem que se depare com uma situação-problema, sempre ligada à ciência, em cenários do cotidiano. Para guiar esse avatar em suas decisões e avançar no game, os jogadores vão usar informações científicas que a USP já oferece gratuitamente.
A ideia, segundo os coordenadores do curso, é divulgar o conhecimento produzido pela universidade para adolescentes do ensino médio. “Queremos mostrar o que a USP pode oferecer para ajudar a resolver problemas contemporâneos”, afirma Fernando Abdulkader, professor responsável pela disciplina.
Enigmas
O jogo seguirá o formato “escape room,”, popular na internet. Nele, o participante tem de resolver “enigmas” para avançar de um cenário a outro. No produto criado pela USP, esses enigmas serão obrigatoriamente relacionados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU) – que estabelecem metas a serem alcançadas pelo planeta em 2030, como redução da desigualdade e mitigação das mudanças climáticas. Em outras palavras, o Game ON servirá de ponte entre adolescentes e os estudos que já tratam desses temas, mas que podem não despertar neles o mesmo interesse em forma de artigo.
Se, por um lado, pensar o meio ambiente sob a ótica da ciência garante pontos, as fake news, se o planeta fosse um gráfico de videogame, certamente fariam parte dos vilões que reduzem a barra de sobrevivência. “Sabemos que a desinformação pode ser fatal, e o contrário disso, informação, é o que mais se tem na universidade”, diz Guilherme Marson, coordenador adjunto da disciplina.
Ele cita a pandemia como exemplo claro de que a disseminação de mentiras pode custar vidas. Por isso, um dos objetivos principais, segundo Abdulkader, é ensinar os jovens a separar a desinformação do conhecimento científico. “Trata-se de um retorno direto e a curtíssimo prazo do investimento na USP para a sociedade”, acrescenta Marson. Um efeito esperado do jogo é aproximar esse público da universidade; os adolescentes verão as perspectivas de carreira às quais podem se dedicar após o vestibular.
E são muitas. O produto final de Game ON será resultado do trabalho de 124 pessoas de pelo menos 49 cursos da instituição. Pensarão junto cabeças de Humanas, Biológicas, das engenharias, entre outras.
O estudante Alisson Machado, monitor da disciplina, veio da Nutrição. “Em vez de ficar preso aos assuntos de uma área específica, os alunos sairão com uma visão global de temas relacionados à sustentabilidade, graças ao intercâmbio com colegas de outros cursos”, diz.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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