Franceses voltam às ruas contra passe sanitário pela 8ª semana seguida

Pela oitava semana consecutiva, dezenas de milhares de pessoas voltaram às ruas em várias cidades francesas, neste sábado, 4, para protestar contra o passaporte sanitário imposto pelo governo de Emmanuel Macron e contra a vacina contra a covid-19.

Na capital, Paris, milhares marcharam da Torre Eiffel até a Esplanade des Invalides, gritando “Liberdade!”. Segundo o canal BFMTV, foram registrados incidentes leves no centro comercial de Les Halles e três pessoas foram presas.

Representantes do grupo antissistema Coletes Amarelos e de alguns setores da ultradireita participaram das manifestações, como nas edições anteriores. Florian Philippot, ex-número 2 da líder de ultradireita Marine Le Pen, liderou um dos atos com o tema Liberdade e contra o presidente Macron.

Todos os sábados, desde julho, centenas de milhares de pessoas de diversos grupos têm protestado na França contra o certificado, ou “passe sanitário”, obrigatório em bares, restaurantes, transportes interurbanos e até hospitais.

Essa multidão heterogênea inclui grupos como militantes antivacinas, aqueles que apoiam teorias da conspiração sem qualquer sentido e opositores do governo Macron. Durante a marcha, alguns manifestantes vaiaram clientes em bares e restaurantes, segundo a agência France Presse.

Milhares de manifestantes também marcharam em Marselha (sudeste), a segunda maior cidade do país, a maioria sem máscaras e agitando a bandeira francesa. “Não à discriminação. Não à intimidação: liberdade”, dizia um banner.

Em vigor há quase um mês, o passe sanitário é um QR code gerado quando a pessoa tem um certificado de vacinação completo, um teste de coronavírus negativo em menos de 72 horas ou um certificado de recuperação em menos de seis meses.

Na prática, o código pretende estimular a vacinação em um país no qual 45,4 milhões de pessoas já receberam a vacina, o equivalente a 67,3% da população francesa.

De acordo com a pesquisa da consultoria Odoxa Backbone, 67% dos franceses aprovam o passe sanitário, o qual o presidente Macron não descarta a possibilidade de continuar a ser utilizado até depois de 15 de novembro.

Ainda que as internações por covid sigam caindo, com o início do ano letivo e o retorno ao trabalho após as férias de verão (Hemisfério Norte), os médicos se preparam para um possível aumento do número de casos.

Hoje, a média diária é de 17 mil infecções por coronavírus. A pandemia da covid-19 já deixou mais de 115 mil mortos na França. COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

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