Feng Shui trata a morte com neutralizada e respeito

A energia dos ancestrais é muito respeitada, porém ela deve ser colocada em seu devido lugar para que não se choque com a energia dos vivos, essa é a definição do Feng Shui, que significa o bom entrosamento do homem com o meio ambiente.

O Feng Shui aborda a morte com neutralidade e respeito. Ele não dirá como as pessoas devem conduzir essas situações, porque respeita as crenças, os valores e a religião de cada um. O entendimento é que os opostos são importantes, pois eles mantém o equilíbrio e que tudo tem um ciclo, um início e um fim, o Yin e o Yang.

A morte é algo natural; assim como viver o luto. Mas, uma situação que ainda causa dúvida entre a população está relacionada aos pertences de pessoa que partiu. O que fazer com roupas, calçados ou coleções do ente querido? Existe um tempo para realizar as mudanças no lar? Elas são necessárias? A arquiteta Camila Schio trabalha com a harmonização de ambientes e ela faz algumas ponderações sobre esse assunto.

Camila Schio explica que o Feng shui não aborda especificamente o tema da saudade ou da lembrança. “Manter a energia vital, ou energia Ch’i como chamamos, é importante. Para isso, usamos de maneira personalizada em cada projeto as cores, os objetos, o fluxo de ar e outros elementos”.

Ela ainda recomenda que começar eliminando o que não se usa, limpar o que está sujo, consertar o que se quebrou e permitir que o ar seja renovado já é um bom começo.

A arquiteta salienta que segundo puramente o Feng Shui não é o objeto em si que causa essa interferência, e sim, as emoções que esse objeto desperta naqueles que moram nessa casa. “Caso seja um objeto que cause angústia ou sofrimento melhor não ter, pois esses não são sentimentos interessantes para se cultivar. Porém quando fazemos uma consultoria usamos diversas técnicas e algumas delas pedem, sim, para que alguns procedimentos sejam seguidos”.

A arquiteta Camila Schio afirma que é importante manter a energia vital

EM MOVIMENTO – O Feng Shui trabalha com a energia em movimento. Com isso, guardar objetos ou acessórios não são interessantes. Conforme Camila, a pessoa pode até guardar alguns objetos de mais significado ou que remetam a sentimentos de amor ou de alegria. “Mas, como o Feng Shui trabalha com a energia em movimento, guardar as ‘coisas’, mesmo para os vivos, traz estagnação e um peso desnecessário. É preciso lembrar que o Feng Shui não traz um número exato de tempo para desfazer do material; fica a cargo da religião de cada um determinar esse prazo”.

A arquiteta complementa que como os objetivos usados no cotidiano levam a energia de cada pessoa, ela sugere aos seus clientes que antes de doarem esses pertences, façam algum procedimento de limpeza energética; uma simples oração de agradecimento já resolve.

LEMBRANÇAS – E as fotografias expostas em quadros? A família deve retirá-las ou existe a possibilidade de mantê-las? Camila responde que quase nunca o problema é a foto em si, e sim, o motivo que leva cada cidadão a guardar fotografias e objetos.

“Quando olhamos muito para o passado, não olhamos para o presente ou se quer planejamos o futuro. Cada um lida com as etapas do luto de uma forma diferente e é importante que essa pessoa viva todas as fases desse processo”.

Segundo a arquiteta, a última fase do luto é o processo de aceitação. A partir disso é importante lembrar que o amor que foi vivido é eterno e os bons momentos estarão sempre guardados no coração.

“As fotografias que causarem algum tipo de lastima ou pesar devem ser descartadas. Pode-se manter as fotografias que causarem bons sentimentos como o amor e a alegria”, destaca Camila.

Por sua vez, a arquiteta recomenda à pessoa que perdeu o seu ente querido não manter os materiais sem uso ou, por exemplo, o quarto simplesmente fechado. “O processo de luto precisa ser vivido e respeitado, porém ao mesmo tempo precisa-se observar se esse apego às coisas não causam maior dor e sofrimento. O Feng Shui trabalha com a energia em movimento e tudo que fica entulhado causa um atraso ou um peso desnecessário”.

PARTICULAR – Cada ser humano conduz temas como luto, espiritualidade, trabalho ou família de uma maneira muito particular. “O Feng Shui tem como objetivo harmonizar os elementos do ambiente para que com as pessoas (que ali frequentam), a vida possa fluir. “Por isso, é importante analisarmos caso a caso a aplicação do Feng Shui”, pondera Camila.

Ela frisa que a saudade também precisa ser abraçada. “Caso estejamos falando em um quadro depressivo o acompanhamento com psicólogo é imperativo, mas se a melancolia e a saudade forem sentimentos esporádicos, está tudo bem. Ninguém é feliz o tempo todo e está tudo bem!”, finaliza a arquiteta Camila Schio.

Da Redação

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