Feira Paranaense de Energias Renováveis reúne produtores de Toledo e região

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“Biogás: oportunidades e desafios para o setor agropecuário paranaense” foi um dos temas abordados durante a Feira Paranaense de Energias Renováveis. A segunda edição aconteceu na última terça-feira (19), no Centro de Eventos Ismael Sperafico. O evento reuniu diversas autoridades de Toledo e região.

De acordo com o engenheiro ambiental Dr. Leonardo Pereira Lins, atualmente, a sociedade consegue aproveitar os resíduos gerados na propriedade, seja na agricultura, bovinocultura e, principalmente, suinocultura. “Com os dejetos dos animais, o produtor consegue produzir biogás e biofertilizante”.

Lins complementa que o biofertilizante retorna para a propriedade e pode ser utilizado na aplicação no solo, como um fertilizante. “O biogás é o responsável pela geração de energia elétrica e térmica. Nós temos a possibilidade de produção do biometano, que é um combustível veicular e que pode também ser colocado na rede de gás natural”.

Ele salienta que o biogás é versátil e as oportunidades são diversas. “Os desafios começam a ser superados. Hoje, temos várias empresas que atendem

ao setor da produção de biogás. São empresas que conseguem atender o produtor desde o projeto até a entrega final desse projeto”.

O palestrante menciona que a consolidação da tecnologia a ser usada ainda é considerada um desafio para a atividade. “Ela já existe; nós precisamos de mais empresas empenhadas para fazer o negócio correto; desde a elaboração do projeto até a entrega final. Além disso, o produtor precisa conhecer o sistema e a sua demanda. No Paraná, existem as agências de fomento que garantem o financiamento desses projetos. Nós temos o apoio do Governo do Estado”.

OPORTUNIDADES – Atualmente, o Paraná tem aproximadamente 30 mil unidades geradoras de energias renováveis. “O Programa Renova Paraná já beneficiou nove mil propostas no Estado e viabilizou o investimento de R$ 1,5 milhão em energia renovável”, afirma o gerente regional do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR) Ivan Raupp.

Conforme Raupp, mais de 50% desse total foi investido exatamente na região Oeste do Paraná pela sua característica relacionada a agricultura, a piscicultura ou ao leite. “São atividades econômicas agropecuárias que utilizam intensivamente a energia elétrica e que impactam significativamente nos custos de produção”.

Ele reconhece que o caminho é longo e os desafios enfrentados são diversos. “Nós já evoluímos bastante. Entendemos as dificuldades do produtor e que o investimento é elevado. É necessária uma tomada de decisão muito embasada e é nesse propósito que os eventos e as instruções são realizadas”.

A Feira Paranaense de Energias Renováveis esteve formatada para apresentar as oportunidades, as políticas públicas disponíveis, os aspectos ambientais até os resultados finais. “O nosso principal objetivo é embasar uma tomada de decisão importante do produtor na sua propriedade ou nos seus orientados para que possamos avançar novos investimentos”, observa Raupp.

O chefe do Núcleo Regional da Seab Paulo Salesse representou o secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento e disse que a sustentabilidade e a segurança alimentar são temáticas importantes e, cada vez, mais abordadas pela mídia. “O Governo do Estado tem estabelecido estratégias para contribuir com esse movimento de sustentabilidade que, atualmente, vivemos com força e coragem”.

SUSTENTABILIDADE – Já a diretora técnica do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) Débora Grimm destaca que temas como energias renováveis fazem parte do dia a dia de cada pessoa. “A preocupação é ter uma agricultura mais sustentável no Estado, pois faz com que nós tenhamos soluções para o futuro. Nós trabalhamos e discutimos esse tema algum tempo”.

O Senar-PR promove capacitações para o produtor em diversas áreas. “Por meio da Federação, como representação política do produtor, o biogás é um tema importante; ele reforça a sustentabilidade na propriedade, melhora a qualidade de vida e a condição do produtor rural”.

A inspetora de Toledo Katia Zielasko representou o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR), Eng. Agr. Clodomir Ascari e, segundo ela, as tecnologias de energias renováveis assim como tantas outras tecnologias passam pelos engenheiros. “Os projetos devem ser desenvolvidos com excelência ética e segurança. O Crea não mede esforços para capacitar os nossos engenheiros. O nosso propósito é incomum. Nós estamos discutindo um futuro sustentável no Estado do Paraná”.

TECNOLOGIA – Na oportunidade, o diretor de Desenvolvimento Agropecuário e Abastecimento João Luis Raimundo Nogueira destaca a importância de promover eventos voltados para a tecnologia. “Fazer e promover intercâmbio entre os setores. O Inovameat é um exemplo. Antes, ele não existia no município da capital do agronegócio no Paraná. Eu espero que essa discussão tenha continuidade nos próximos governos e que eles deem continuidade as ações”.

Nogueira revela que abordar energia renovável não é mais falar do futuro, e sim, do presente. “A produção de suinocultura é a que mais agrega valor a economia de Toledo. Uma região com minifúndios eficientes e com tecnologias. Precisamos continuar evoluindo e ampliar a nossa competitividade”.

Da Redação

TOLEDO

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