‘Eu disse que seria batom na sua cueca’, diz delator para Witzel em depoimento
“O senhor me pediu para requalificar a Unir, e eu disse ao senhor que seria equivocado, que seria batom na sua cueca”, disse ele.
A Unir havia sido desqualificada para firmar contratos com o governo depois de análises técnicas do Estado. Segundo Edmar, Witzel lhe avisou que a requalificaria “de canetada”. O empresário Mário Peixoto, envolvido nos esquemas de corrupção, seria o sócio oculto da Unir, de acordo com as investigações.
Personagem central para as denúncias contra Witzel, Edmar chegou a ser preso, mas firmou acordo de delação em que acusou o governador de participar dos esquemas. O mandatário responde por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa no âmbito criminal, além do impeachment.
O processo de impeachment estava paralisado desde o final do ano passado por imbróglio judicial e foi retomado hoje. Edmar conseguiu no STJ a autorização para que o depoimento como testemunha fosse sigiloso. Não foi permitido filmar, gravar ou anotar por meios eletrônicos o interrogatório. Além disso, o ex-secretário entrou no tribunal protegido por um pano de cor avermelhada, cercado por seguranças.
Witzel queria imitar Doria com hospitais de campanha, aponta delator
Edmar também falou sobre a outra organização social citada na denúncia, a Iabas, contratada para administrar os hospitais de campanha do Estado durante a pandemia. Segundo o ex-secretário, a opção por construir novas unidades – em vez de priorizar leitos em hospitais já existentes – foi uma decisão política do governador.
“A ideia de hospital de campanha foi sua e da primeira-dama, surgiu num almoço, porque o (João) Doria estava fazendo em São Paulo e o senhor também queria politicamente ter um”, alegou.
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