Estiagem impacta na produção de hortaliças; agricultores relatam muitas perdas
Quem visitou a feira do produtor nas últimas semanas encontrou poucas opções de verduras e legumes. O clima quente e a falta de chuva tem afetado os produtores de hortaliças da região que relatam perdas e dificuldades em continuar plantando se a estiagem permanecer por mais dias.
O presidente da Associação dos Feirantes de Toledo (Afertol) José Martins conta que 85% dos produtores não têm mais o que produzir. Com o sol forte, a planta não se desenvolve adequadamente e o sistema de irrigação não é suficiente para proporcionar umidade, porque a água evapora rapidamente.
“Quem ainda tem hortaliças é porque plantou cedo ou tem estufas, o restante dos produtores não têm o que fazer”.
Construir uma estufa na propriedade é um investimento alto que nem todos têm disponibilidade financeira no momento. A estufa tem a finalidade de criar um ambiente protegido, onde as condições para desenvolvimento das plantas sejam ideais. Através desse ambiente deseja-se, portanto, ter alimentos com qualidade mais alta. Além disso, a produtividade também sobe, especialmente nos alimentos que são muito sensíveis à variações do tempo.
“Atualmente, a Associação conta com 16 produtores de verduras, mas somente seis conseguem produzir os alimentos neste período de forte estiagem. Em Toledo, dois produtores contam com estufa, é um investimento muito caro. O sistema de irrigação também é caro. Quem não tem esse sistema precisa irrigar mais vezes por dia e quem tem açude para ajudar na produção está sofrendo porque as reservas estão secando. O problema é geral”, cita Martins.
IMPACTO – Apesar dos problemas na produção, o valor das hortaliças como alface, almeirão e couve não sofreu alteração. Porém, Martins lembra que o tamanho dos alimentos reduziu em 50%. Além dos produtores de hortaliças, a estiagem impacta também os produtores de leite e queijo, porque as pastagens estão fracas, além dos produtores de embutidos, frutas e flores.
“Neste período tinha poucas uvas na feira. Com a seca produziu-se muito pouco. Laranja, abacaxi e banana são frutas que também estão bem escassas, assim como tomate, chuchu e milho orgânico”, complementa o presidente da Afertol.
Em algumas regiões de Toledo, a situação está muito crítica. José Martins conta que um produtor perdeu duas toneladas de tomate na semana passada por conta do calor. “Com o sol forte e os pés secaram e os tomates amarelaram e apodreceram. Não conseguiram se desenvolver. O produtor perdeu toda a produção. Tem outros que também perderam a produção de abóbora, de milho e pepino. As plantas não se desenvolvem com esse calor e falta de chuva. Todos os feirantes reclamam que estão com dificuldade. Plantam pela terceira vez e os pés morrem”.
Alguns feirantes relataram para o presidente da Afertol que acreditam que possam retornar com produtos bons para venda em 90 dias. Enquanto isso, eles buscam alternativas para manter a renda da família.
“Tem alguns produtores que pediram afastamento de 90 dias porque não têm produtos para vender na feira. Estamos planejando um diálogo com a administração municipal para pedir um auxílio nesse período de estiagem e o que pode ser feito para ajudar os produtores prejudicados”, conclui Martins.
Da Redação
TOLEDO
Comentários estão fechados.